O lucro líquido da Eneva (ENEV3) cresceu 24,7% no segundo trimestre deste ano, em comparação com igual período de 2021, conforme mostra balanço divulgado nesta quinta-feira (11). A companhia reportou um resultado de R$ 147,3 milhões ante R$ 118,1 do relatório anterior.
A receita líquida da Eneva ficou na casa de R$ 1,3 bilhão, com crescimento de 40% em relação aos R$ 962 milhões do segundo trimestre passado. A maior parte desse montante veio da geração de gás, responsável por movimentar R$ 640 milhões, destaca o relatório.
De acordo com o diretor financeiro da Eneva, Marcelo Habibe, esse resultado se deve principalmente ao aumento na exportação de energia para a Argentina, a preços até dez vezes superiores aos praticados no Brasil. O movimento compensou a queda no despacho de energia termelétrica para consumo doméstico, ora suprido por hidrelétricas.
O Ebitda da Eneva (lucro antes de juros, impostos e amortizações) foi de R$ 503 milhões, também com avanço de 33% no comparativo de doze meses atrás. No entanto, a margem Ebitda foi na contramão, caindo 2% para 37,3%.
Ao desagregar o Ebitda, o diretor financeiro da Eneva, Marcelo Habibe, informa que R$ 144 milhões, ou 22,6%, vieram das exportações de energia à Argentina; R$ 61 milhões ou 12% do incremento em Jaguatirica II; e outros R$ 61 milhões ou 12% da comercializadora.
Segundo a empresa, alguns dos fatores que contribuíram para esse resultado do Ebitda foram:
- exportação de energia elétrica para a Argentina (alta de R$ 114 milhões);
- início da operação do projeto Azulão-Jaguatirica, na região Norte (mais R$ 61 milhões);
- melhora nas margens fixas das usinas.
“Esses fatores mais do que compensaram a redução de Ebitda devido ao menor despacho das usinas no trimestre, em relação ao 2T21, e ao aumento das despesas gerais e administrativas da holding, associadas, principalmente, à contratação de pessoas e serviços para amparar a estratégia de crescimento da companhia”, explica o conselho de administração.
Os investimentos da Eneva também cresceram no patamar de 92%, de R$ 453 milhões para R$ 871,8 milhões. Do total, a maior fatia foi destinada a finalizar a construção do parque solar Futura 1, na Bahia. A dívida bruta sofreu queda de 9%, para R$ 5,3 bilhões.
Já a dívida líquida da Eneva no período somou R$ 5,3 bilhões, redução de 9% em relação ao segundo trimestre de 2021 (R$ 5,8 bilhões).
Metade do montante investido, R$ 434 milhões, foram para finalizar a construção do parque solar Futura 1, na Bahia, também incorporado por meio da aquisição da Focus Energia, em fevereiro desse ano. No pipeline ainda são previstos dois parques, Futura I e II. Outros R$ 69 milhões foram consumidos no fim da construção do projeto Azulão-Jaguatirica.
Nos investimentos e na dívida líquida do segundo trimestre, portanto, não estão anotadas as aquisições da termelétrica Celse (SE) e Termofortaleza (CE), que devem começar a ser pagos no terceiro e quarto trimestres pela Eneva.
(com informações do Estadão Conteúdo)