A Eneva (ENEV3) comunicou ao mercado que deu início ao processo de avaliação de potenciais parceiros estratégicos para plataforma de ativos renováveis, já tendo engajado assessor financeiro para coordenar o processo.
“O processo de avaliação de ativos da Eneva está em estágio inicial de assinatura de acordos de confidencialidade, devendo ser seguida de recebimento de ofertas não vinculantes, avaliação dos ativos pelos investidores préselecionados e deverá ainda passar por negociação de acordos vinculantes com eventual investidor selecionado para a fase final do processo”, disse a companhia.
Na nota, a Eneva disse ainda que o processo estará sujeito também à obtenção de aprovações pelos órgãos de governança das partes, eventuais terceiros e agências regulatórias, conforme aplicável.
“Tempo ruim”: empresa é rebaixada por analistas de banco
Na última segunda-feira (5), a Eneva liderou as quedas no Ibovespa após relatório da UBS BB alterar a recomendação, rebaixando a companhia de neutra para venda. Os especialistas também cortaram o preço-alvo da empresa.
Segundo o banco, a mudança de posição para as ações da Eneva ocorre por causa do excesso de oferta de energia e um pessimismo em relação ao ambiente macroeconômico.
“Esse cenário de forte entrada de fontes renováveis na matriz brasileira dificulta a capacidade da Eneva de renovar os contratos de energia de reserva, levando-nos a esperar um menor despacho das usinas termelétricas (UTE) e esperar que Parnaíba I, II e III se tornem UTEs comerciais ao final de seus contratos, provavelmente impactando o crescimento da Eneva, sem receita fixa”, afirmam os analistas do banco.
Eneva: altamente alavancada, lembram analistas
Além disso, os bons níveis hidrológicos dos reservatórios afastam a necessidade de o governo acionar termelétricas. “A companhia está altamente alavancada (dívida líquida/EBITDA 1T23 de 4,6x) em um cenário de altas taxas de juros. Isso somado ao excesso de oferta de energia leva a um menor despacho e entrada de receita substancialmente menor”, acrescenta o relatório.
Com isso, a UBS BB cortou o preço-alvo da ação de R$ 15 para R$ 10,50. Logo cedo, a Fitch também rebaixou o crédito nacional da Eneva de “AAA(bra)” para “AA+(bra)”. Os movimentos fizeram com que os papéis da empresa caíssem 3,53%, cotados por R$ 11,48.
Previsão de clima ruim na Eneva: risco de não renovação de contratos
No relatório, o banco suiço acredita que a Eneva não renovará os contratos vinculados a concessões de Parnaíba I e III, previstas para expirar em 2027, e Parnaíba III está prevista para expirar em 2036.
Outras usinas geram preocupações como: Termofortaleza, cujo contrato expirou em dezembro de 2023, e Bahia Terra, que possui risco de venda.
“O vencimento do contrato PPA [da Termofortaleza] em dezembro de 2023 aumenta a incerteza. Esperamos que outro PPA seja assinado; no entanto, os investidores devem ficar atentos ao preço do contrato. E o risco da venda da Bahia Terra aumentou devido às mudanças na gestão da Petrobras e aos atrasos do desinvestimento do novo governo “, afirma a UBS em nota sobre a Eneva.
Cotação da Eneva
Perto das 16h50, os papéis ordinários da Eneva subiam 1,81%, a R$ 12,36.
Cotação ENEV3