Eneva (ENEV3) fecha contrato de R$ 530 milhões para fornecer gás à Suzano (SUZB3) no Maranhão
A Eneva (ENEV3) anunciou nesta quarta (25) que firmou com a Suzano (SUZB3) um contrato de dez anos pelo qual irá fornecer gás natural liquefeito (GNL) às unidades de Imperatriz, no Maranhão. O valor do investimento gira em torno de R$ 530 milhões.
Segundo a Eneva informou em Fato Relevante, o contrato tem vigência de 10 anos a partir do início do fornecimento comercial, previsto para o primeiro semestre de 2024.
“A companhia suprirá o GNL a partir de suas concessões na Bacia do Parnaíba, onde será instalada uma unidade de liquefação de gás natural com capacidade instalada de 300.000 m3/dia e investimento estimado de R$ 530 milhões, destinado majoritariamente para atender Suzano e novos potenciais clientes na região”, detalha a o documento.
A companhia acrescenta: “O contrato é um marco na consolidação da estratégia da Eneva para a ampliação das opções de monetização de gás natural, com expansão das atividades da Companhia passando a incluir a comercialização de GNL em pequena escala para terceiros.”
Eneva: campanha com ‘gás não convencional’
A Eneva vai fazer a primeira perfuração não convencional de gás natural do Brasil em 2022, confirmou em fevereiro o diretor de Operações da empresa, Lino Cançado, durante apresentação no Eneva Investor Day.
A apresentação destacou os planos da Eneva até 2030, quando pretende atuar também na área de energias renováveis (captura e armazenamento de carbono e hidrogênio).
“Se o primeiro teste for exitoso, com o poço vertical, vamos fazer um horizontal e depois no desenvolvimento você começa a perfurar uma grande quantidade de poços de uma forma quase de uma fábrica”, disse Cançado.
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O plano é fazer três poços este ano na bacia do Parnaíba, no Maranhão, até a rocha geradora de gás, que será fraturada para testar o potencial dessa tecnologia no Brasil.
O gás não convencional foi responsável pela queda drástica de preço do insumo nos Estados Unidos e a volta do país à condição de exportador de energia.
Ambientalistas porém criticam a técnica, já que além de utilizar muita água para sua produção, pode contaminar lençóis freáticos com os solventes utilizados.
A campanha da Eneva conta com um edital que será lançado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para testar o gás não convencional no Brasil, no âmbito do programa Poço Transparente.
“Vai ser publicado o edital pelo MME as empresas vão entregar suas propostas. Isso vai facilitar, por exemplo, o processo de licenciamento ambiental. O governo quer testar essa tecnologia, pode trazer uma revolução no País”, disse Cançado.