Nesta quinta-feira (8), a primeira ministra do Reino Unido, Liz Truss, anunciou o teto de 2.500 libras por ano a partir de outubro, para as contas de energia de residências e empresas.
O valor é bem abaixo dos 3.548 libras que as famílias pagariam sem essa intervenção, diz Fabio Fares, especialista em análise macro da Quantzed, para o Suno Notícias.
“Ela está congelando o preço da energia para segurar os demais preços e aliviar custos para as famílias”, explica.
O especialista espera que na próxima reunião do banco central inglês, o Banco da Inglaterra, os juros devam subir mais 0,5%, levando o juros para 2,25% ao ano, prosseguindo com o processo de alta.
O governo britânico estima que o teto reduzirá a crescente taxa de inflação do Reino Unido em 4 a 5 pontos porcentuais. A inflação atingiu 10,1% em julho e deve subir para 13% antes do fim do ano.
Antes da medida, a previsão era de que as contas de energia subiriam a 3,5 mil libras anuais a partir de outubro, o triplo do valor registrado no ano passado.
Energia no Reino Unido
A guerra na Ucrânia, os efeitos da pandemia e o Brexit – a saída do país da União Europeia – estão por trás do encarecimento da energia no Reino Unido.
Os aumentos nos preços de energia no atacado são repassados aos consumidores britânicos por meio de um teto de preços, calculado a cada três meses.
O mecanismo foi projetado para impedir que os fornecedores de energia lucrem, mas a volatilidade tem sido tão grande que quase 30 varejistas de energia faliram.
BCE sobe juros básicos em 75 pontos-base
Com a alta persistente da inflação na zona do euro e problemas com energia, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu, nesta quinta-feira (8), intensificar o ritmo de aperto monetário e aumentou as taxas básicas de juros em 75 pontos-base.
De acordo com comunicado da instituição, o BCE elevou sua taxa de refinanciamento de 0,50% para 1,25%, a de depósitos de 0% para 0,75% e a de empréstimos de 0,75% a 1,50%. A decisão veio em linha com as expectativas majoritárias do mercado e segue aumento de 50 pontos-base em julho.
Em agosto, a taxa anual de inflação ao consumidor da zona do euro atingiu o nível recorde de 9,1%, ainda impulsionada pelos efeitos da guerra da Rússia na Ucrânia na crise de energia. Os cortes no fornecimento de gás natural russo à Europa complicaram o cenário e levantaram temores de uma recessão na região.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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