Enel é criticada por Caiado, propondo que EDP assuma a concessão

Ronaldo Caiado (DEM), governador de Goiás, criticou novamente o grupo italiano Enel, controlador da Enel Distribuição Goiás (antiga Celg D) pelo seu trabalho no estado.

Durante uma reunião realizada na última terça-feira (14), o governador sugeriu a alteração do controle da concessão da distribuidora, da Enel para o grupo português EDP (ENBR3), que, segundo ele, estava interessado no negócio. Estiveram presentes os executivos da companhia, políticos locais e um representante da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

“Ouvimos a história deles [Enel]. É uma repetição em que cada dia eles trazem um interlocutor novo da empresa. Agora trouxeram o diretor internacional [Livio Gallo, diretor global de infraestrutura e redes da Enel] para dizer que a Enel Goiás será a melhor distribuidora do Brasil”, afirmou Caiado ao jornal “Valor Econômico”.

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“Eu disse a eles que essa história está ficando muito repetitiva, muito chata. Assinamos a cada encontro um novo termo [de compromisso] e fica tudo no mesmo lugar”, disse.

Caiado reforçou que propôs à Enel a troca de ativos com a EDP. “Falei para eles: ‘Olha, a EDP assume Goiás e vocês assumem outra coisa’. Eles [Enel] assumiram o serviço em São Paulo [em referência à aquisição da Eletropaulo]”, completou.

Enel segue na mira de Caiado

O governador disse ter recebido “ótimas referências” sobre o serviço da EDP no Espírito Santo, que poderia ser negociado na troca.

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A EDP, no entanto, informou, em nota, que torce para que a operação do serviço da Enel em Goiás se consolide. A companhia não se manifestou acerca da declaração de Caiado sobre o interesse na troca de concessões entre as empresas.

“Relativamente às notícias veiculadas sobre a prestação de serviços de energia elétrica em Goiás, a companhia faz votos para que esta se consolide”, informou a EDP.

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Segundo Caiado, os representantes do grupo italiano recusaram a proposta e informaram que vão melhorar o serviço no estado. Entretanto, o governador disse que levará a proposta da troca de ativos ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Chega, Enel! Desde fevereiro de 2019, ouvimos promessas que nunca são cumpridas. Se vocês não podem oferecer aos mais de 7 milhões de goianos energia de qualidade, tem quem possa! A companhia energética EDP reconhece a força de Goiás e tem interesse em assumir os trabalhos aqui. pic.twitter.com/nqFZZbWdJr

— Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) January 14, 2020

Em 2019, Caiado chegou a propor a rescisão do contrato de concessão da Enel Goiás. Um projeto de lei foi entregue à Câmara dos Deputados, todavia, o processo não foi tramitado.

Ao “Valor Econômico”, a Enel disse que cumpriu todas as metas previstas para o ano passado no que diz respeito ao plano de ações e investimentos acordado em agosto com o Ministério de Minas e Energia (MME), a Aneel e o governo goiano. A companhia estima investir R$ 1 bilhão na rede elétrica goiana neste ano, valor cinco vezes maior ao que era aportado antes da privatização da rede.

A companhia salienta os resultados já obtidos, atestando o comprometimento da empresa com o estado, “criando novos empregos e capacitação de mão de obra local”.

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A Enel adquiriu a concessão após um leilão realizado no fim de 2016, quando ofertou R$ 2,2 bilhões.

Jader Lazarini

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