Enauta (ENAT3) tem lucro recorde de R$ 635 milhões, com alta de 464%
A Enauta (ENAT3) divulgou seus resultados após o pregão da quarta-feira (11), anotando um lucro líquido de R$ 635,7 milhões – o maior da sua história. Com o número, a companhia demonstra uma alta de 464% em relação ao mesmo período do ano passado.
Da mesma forma, a receita líquida da Enauta cresceu 43,3% em relação ao mesmo trimestre de 2020, ficando em R$ 394,4 milhões. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) saltou 241,7% na mesma comparação, para R$ 1,067 bilhão.
Segundo os dados de produção do relatório, também foi registrado um total de 1,56 milhão de barris de óleo equivalente (boe) no trimestre, equivalente à produção média diária de 17,2mil boe.
No balanço da Enauta, a companhia destaca que o fim do trimestre foi um “marco”, já que foi assinado o aditivo ao contrato de concessão do Bloco BS-4, onde está localizado o Campo de Atlanta.
A compra do campo ocasionou um ganho por compra vantajosa no valor de R$ 797 milhões, segundo a Enauta. O movimento foi suficiente para a companhia assumir a totalidade dos seus ativos, o que amplia em mais de 50% a sua produção. Apesar disso, a maior parte dos dados de produção ainda apresenta quedas.
A Enauta tem dois poços e Atlanta, porém um terceiro ainda está para retornar neste mês de agosto, segundo a companhia. Com isso, a administração prevê reforço na geração de caixa. Isso, considerando a “forte demanda pelo óleo com baixo teor de enxofre produzido em Atlanta”.
“Ainda, o processo licitatório da unidade de processamento (FPSO) e demais equipamentos do Sistema Definitivo segue conforme o planejado, o que permitirá a ampliação da produção com a início do Sistema Definitivo do Campo. Nesse mês, iniciamos a licitação dos itens e serviços necessários para a perfuração do quarto poço que deve ocorrer no segundo semestre de 2022”, ressalta.
Além disso, a companhia destaca que a projeção de produção de óleo da Enauta, do Campo de Atlanta, passou de 7 mil para 10 mil barris de óleo ao dia, com margem de variação em 10%.
Retomada global impulsionou demanda
Apesar da queda no comparativo anual da produção de petróleo, a companhia quase triplicou sua produção diária de óleo em relação ao primeiro trimestre deste ano.
Segundo a Enauta, isso se dá pela retomada econômica em países da Europa e nos Estados Unidos, além da manutenção da recuperação chinesa e o retorno gradual da Índia.
“Atualmente, o mercado de óleo já apresenta um déficit na oferta de 2 milhões a 2,5 milhões de barris por ano. Os estoques de diversos produtos se encontram em níveis inferiores ao ideal em diferentes países, como no caso da gasolina nos Estados Unidos, agravando a situação”, ressalta a petroleira.
Preço do petróleo Brent no radar
A commodity com qual a Enauta opera foi alçada aos noticiários recentemente, considerando o recente impasse da Opep, que deve ditar como o preço do petróleo se comporta nos próximos meses.
Contudo, a companhia prevê que, em setembro deste ano, a demanda global por petróleo atinja os níveis pré-pandemia.
“O Brent iniciou o segundo trimestre de 2021 cotado a US$ 64,86 por barril, e encerrou o período a US$ 75,13por barril, uma alta de 15,83%, reflexo do aumento consistente na demandapor petróleo, da manutenção e controle da produção pela OPEP+, bem como do alívio das medidas restritivas de distanciamento social, principalmente nos Estados Unidos e na Europa”, analisa.
Com o panorama recente, a petroleira cita que o acordo recente da organização ainda não cumpre as expectativas.
“O recente acordo da OPEP para o incremento de 400 mil barris de óleo por dia para os próximos meses será insuficiente para o déficit entre a oferta e a demanda. A produção mundial já não será capaz de atender a demanda ao final de 2021. Estima-se que só haverá equilíbrio entre oferta e demanda no final de 2022ou início de 2023”, relata.
Cotação de Enauta
Segundo a cotação do último pregão, que fechou antes do balanço da Enauta, cada papel da petroleira custava R$ 14,74. Com isso, foi registrada uma alta de 1,64% no intradia. No acumulado mensal, a companhia cai 6,2%.