A Embraer (EMBR3) informou ao mercado que os hackers, que invadiram os sistemas da companhia, começaram a vazar os dados na internet após a fabricante de aeronaves ter se recusado a negociar o pagamento de resgate aos criminosos.
Os hackers que atacaram, no dia 25 de novembro, os arquivos da Embraer começaram a vazar ontem alguns dos arquivos privados da empresa. Segundo o fato relevante da fabricante, entre os documentos publicados, estariam a íntegra de contratos, informações de funcionários, modelos em 3D de aviões e dados sobre a compra de aviões militares da Nigéria.
Esses dados foram disponibilizado na deep web, parte da rede que não é indexada por buscadores como o Google.
“O ataque sofrido pela companhia foi um ransoware. Invasões do tipo usam um software malicioso que, uma vez dentro do sistema, contamina as máquinas, criptografa os dados e restringe acesso à rede para que seus autores possam cobrar um resgate de quem foi invadido”, informou o documento.
A fabricante de aeronaves ainda informou que no pedido de resgate foi solicitado o pagamento em criptomoeda, modalidade que dificulta a identificação do receptor dos recursos.
“A companhia esclarece que recebeu pedido de negociação de potenciais pagamentos no contexto do ataque cibernético e que não iniciou qualquer processos de negociação, bem como não realizou quaisquer pagamentos a terceiros suspostamente envolvidos em tal incidente”, informou a Embraer.
A empresa continua investigar o ataque e avalia a existência de impactos sobre seus negócios ou terceiros.
Após a notícia, por volta das 13h20, as ações da Embraer caíam a 1,53%, negociadas a R$ 9,04. Por sua vez, o Ibovespa também apresentava queda de 0,40%, a 113.390,77 pontos.
BTG analisa que Embraer se beneficiará no pós-pandemia
Na semana passada, o banco BTG Pactual (BPAC11), em relatório, destacou que a fabricante de aeronaves poderá se beneficiar no período pós-pandemia.
De acordo com a Embraer, o impacto da pandemia terá implicações de longo prazo na demanda por aeronaves. No entanto, existe um lado positivo: a retomada do setor após a crise pode gerar oportunidades para a fabricante, como a maior relevância dos voos regionais e domésticos no mercado aéreo.
Para o BTG, o impacto da Covid foi relevante, mas existem “tendências favoráveis” emergindo. “Pelo lado positivo, tendências como redimensionamento e regionalização tendem a favorecer fabricantes de fuselagem estreita como a Embraer”, disse o banco.
“Essas mesmas tendências também são favoráveis ao segmento de turboélice, que deve ser o próximo passo estratégico importante para a Embraer“, informou o relatório da instituição.