Elétricas terão R$ 15,6 bilhões em socorro do governo, diz Aneel
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, informou nesta quinta-feira (25) que o governo federal irá realizar um empréstimo de R$ 15,6 bilhões para socorrer companhias elétricas. As informações são do portal de notícias “G1”.
O governo publicou na última semana um decreto com as regras para realizar o empréstimos às elétricas. Conforme o texto, a Aneel é responsável pelo valor “com base nas necessidades decorrentes do estado de calamidade pública”, em função da pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Dessa forma, o montante de R$ 15,6 bilhões será pago pelo sindicato de bancos públicos e privados, coordenado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O pagamento será parcelado em 60 meses e deve começar a ser realizado em 2021. Dessa forma, a quantia deve ser quitada em 2025.
Os juros, no entanto, ainda não foram fixados. Segundo Pepitone serão compostos pela soma da taxa do Certificados de Depósitos Interbancários (CDIs), no momento na casa dos 3% ao ano, mais um adicional.
Saiba mais: BNDES espera ficar com até 25% do socorro às elétricas
Segundo o executivo, o valor das conta de luz teriam crescido 11,5% em média neste ano, sem o empréstimo. Os reajustes deverão ocorrer nos próximos dias, entretanto, o aumento nas tarifas de energia será será menor, afirmou.
“Os processos tarifários vão ser amortecidos pelo empréstimo, ou seja, o empréstimo beneficia o consumidor num momento desafiador, de queda da renda”, declarou o diretor-geral da Aneel.
Consumo de energia elétrica registra queda de 14%
De acordo com a Aneel, o consumo de energia no país teve baixa de 14%, enquanto a inadimplência subiu de 3% para 13% em função da pandemia. Conforme dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), com a crise, o consumo de energia em abril foi o menor para o mês desde 2012.
“Se não tivesse o socorro, as distribuidoras teriam dificuldade com fluxo de caixa, o que traria dificuldades também para que diversos contratos no setor elétrico fossem honrados”, salientou o diretor-geral.
Nesse sentido, os recursos para o pagamento do empréstimos deverão vir de cobranças extras nas contas de energia, a partir do ano seguinte. Algumas companhias elétricas ficarão com uma parcela maior do valor, ao tempo que a parcela a ser cobrada do consumidor também irá variar.