A Anbima divulgou, nesta quinta-feira (05), seu balanço anual em que indica que as empresas captaram R$ 440,8 bilhões entre janeiro e novembro no mercado de capitais sem depender do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O volume representa uma elevação de 60,6% em comparação ao mesmo período de 2018.
De acordo com o vice-presidente da Ambima, José Eduardo Laloni, o valor levantado no mercado de capitais de 2019 é a maior da série histórica. As justificativas para o resultado são desde a redução de crédito público e subsidiado para empresas, levando empreendimentos a procurarem por funding no setor privado, até a diminuição da taxa Selic, o que levou investidores de renda fixa para outros segmentos da economia.
Segundo o levantamento, o destaque de 2019 foi a renda variável, com R$ 78,3 bilhões de captações realizadas através de emissões secundárias de ações e lançamentos (IPOs), em comparação aos R$ 11,3 bilhões no mesmo período de 2018. “Passamos esse valor e ainda temos três semanas para termos boas notícias, com quatro ofertas em andamento ou a caminho que podem levar 2019 para um número ainda maior”, afirmou Laloni.
Desestatização do governo ajudou o mercado de capitais
Além disso, o executivo salientou que as iniciativas do governo de desestatização e desinvestimentos influenciaram no número, comparando os R$ 48,9 bilhões levantados em follow-on contra os R$ 6,5 bilhões no mesmo período de 2018.
Em renda fixa, as debêntures somaram R$ 153,5 bilhões, uma elevação de 12% em relação a janeiro e novembro de 2018.
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Já em relação à industria de fundos, houve uma captação líquida de R$ 228,1 bilhões de janeiro e novembro de 2019, uma elevação em comparação aos R$ 69,1 bilhões captados em 2019. No acumulado do ano, 2019 já chega perto de 2017, quando registrou R$ 245,7 bilhões.
Foi também registrado que os fundos de ações captaram liquidamente R$ 67,5 bilhões, aproximadamente três vezes o captado em 2018. A categoria foi a que mais atraiu recursos no mercado de capitais até novembro.