Os investimentos em startups por meio de Corporate Venture Capital (CVC) têm crescido no Brasil e uma parcela significativa deles são conduzidos por empresas listadas na bolsa de valores, a B3 (B3AS3). Segundo um levantamento da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), 13 companhias de capital aberto lançaram fundos em 2022, juntando-se à outras oito que fizeram o mesmo movimento no ano anterior, totalizando investimentos de mais de R$ 3 bilhões.
Entre as empresas de capital aberto com fundos de investimento para startups, segundo o estudo ABVCAP, estão nomes como Totvs (TOTS3), Locaweb (LWSA3), Ânima (ANIM3), B3 (B3AS3), Suzano (SUZB3) e Telefônica Brasil (VIVT3).
Para compor o levantamento, a entidade ouviu 41 grandes companhias, sendo que 83% delas possuem iniciativas de CVC. Além disso, dentre as que possuem, 80% apresentam faturamento anual superior R$ 1 bilhão. As demais 20% faturam acima de R$ 100 bilhões.
De acordo com o estudo, no Brasil, a maioria dos aportes em startups feito por empresas (53%) no último ano foram por meio dos fundos de investimento em participações (FIPs). O diferencial dessa modalidade é que ela é regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“A preferência por FIPs no Brasil demonstra uma característica diferente no ecossistema brasileiro em relação às corporates no resto do mundo, em que os investimentos direto do balanço são preferidos”, destaca a ABVCAP.
O investimento em startups direto do balanço não demanda uma operação de CVC dedicada e um pouco mais de 38% da companhias brasileiras adotam essa modalidade. Porém a entidade destaca que o caminho pode levar dificultar à incorporação do investimento ao balanço contábil e também em relação a passivos jurídicos da startup investida.
Startups série A ou em fase seed
O levantamento da ABVCAP mostra que apenas no ano passado as startups receberam investimentos de R$ 3,04 bilhões. Ao todo, a entidade estima que aproximadamente 150 empresas — de capital aberto ou não — façam investimentos diretos em startups no país.
Os fundos de corporate venture capital foram responsáveis por aportes para startups nas faixas de R$ 50 milhões e dos R$ 200 milhões a R$ 500 milhões. Os investimentos foram feitos majoritariamente a empresas nas fases seed e série A.
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