Embraer registra prejuízo de R$ 78,1 mi no 4º trimestre de 2018
Embraer teve um prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$ 78,1 milhões no quarto trimestre 2018, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (14).
No mesmo período do ano anterior, a Embraer havia apresentado lucro de R$ 132 milhões. Durante o terceiro trimestre de 2018, a empresa também registrou prejuízo, no caso, o déficit foi de R$ 83,8 milhões.
No acumulado do ano de 2018, a companhia acumulou um prejuízo R$ 669 milhões, sendo que no ano anterior a fabricante brasileira de aeronaves havia registrado um lucro de R$ 850,7 milhões.
O prejuízo líquido ajustado, que exclui impostos diferidos e itens especiais, foi de R$ 29,4 milhões durante o quarto trimestre e de R$ 224,3 milhões no ano.
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De acordo com a empresa, o resultado do ano passado aconteceu por conta dos “menores resultados operacionais, além de maiores despesas financeiras líquidas”.
A receita líquida atingiu R$ 6,3 bilhões durante o quarto trimestre, um alta de 13% em relação ao trimestre anterior. Durante o ano de 2018 a receita foi de R$ 18, 7 bilhões.
Durante o quarto trimestre o Ebit ajustado ficou em R$ 159,3 milhões registrando uma margem de 2,5%. Já o Ebitda ajustado somou R$ 409,5 milhões com margem de 6,4%.
No entanto, o Ebit anual ajustado em 2018 foi de R$ 800 milhões, enquanto o Ebitda anual ajustado ficou em R$ 1,713 bilhão. Além disso, a margem do Ebit e Ebitda foi de 4,3% e 9,2%, respectivamente.
Pedidos de aeronaves
Conforme a Embraer informou, durante o último trimestre do ano, 33 aeronaves comerciais e 34 executivas (24 jatos leves e 12 grandes) foram entregues pela fabricante. No entanto, durante o ano de 2018, foram entregues 90 aeronaves comerciais e 91 executivas, sendo 64 jatos leves e 27 grandes.
No último ano, a carteira de pedidos firmes da empresa ficou em US$ 16,3 bilhões.
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Comercial x Executiva
A aviação comercial representou 46,5% do total da receita da companhia no ano. O percentual equivale a R$ 8,7 bilhões. A aviação executiva representou 22,3%.
O faturamento do segmento de defesa & segurança representou 11,7% do total da receita da companhia. Já o de serviços & suporte foi responsável pela fatia de 19,1%.
Relembre o caso
A Embraer aprovou com a Boeing os termos do acordo de fusão em julho de 2018. O contrato prevê a criação de uma joint venture, ou seja, uma nova empresa de aviação comercial no Brasil.
A nova sociedade tem o nome provisório de JV Aviação Comercial ou Nova Sociedade. Entretanto, a empresa, avaliada em US$ 5,26 bilhões, não terá esse nome após a conclusão de operação.
Inicialmente, quando as duas fabricantes de aeronaves assinaram um memorando, o valor era estimado em US$ 4,75 bilhões. Entretanto, a Boeing aumentou seu aporte financeiro na nova empresa. Nos termos do acordo, a Boeing ficará com 80% do negócio, enquanto a Embraer, os 20% restantes.
A Boeing pagará US$ 4,2 bilhões (ou R$ 16,4 bilhões), cerca de 10% a mais do que era previsto. No entanto, este valor supera em mais de 7% o valor de mercado total da fabricante brasileira. O maior valor de mercado já registrado pela Embraer foi em novembro de 2015, quando a companhia atingiu R$ 22,39 bilhões.
Além disso, os 20% de propriedade da fabricante brasileira poderão ser vendidos para a Boeing a qualquer momento, por meio de uma opção de venda.
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Nova empresa
A Boeing fará o controle operacional e de gestão da nova empresa. Os executivos da joint–venture responderão diretamente ao presidente e CEO da Boeing, Dennis Muilenburg. Todavia, a operação, se aprovada, será liderada por uma equipe de executivos no Brasil.
A Embraer manterá o poder de decisão para temas específicos que foram definidos em conjunto, como a transferência das operações do Brasil.
Em 2017, a área de aviação comercial da fabricante brasileira representava 57,6% da receita líquida da empresa. Essa área foi responsável por US$ 10,7 bilhões de um total de US$ 18,7 bilhões da receita da Embraer.
No entanto, a Boeing apresenta uma receita anual cerca de 16 vezes mais alta que a da Embraer. Em 2017, a brasileira faturou US$ 5,8 bilhões, enquanto a fabricante norte-americana US$ 93,3 bilhões.
A Boeing é a principal fabricante de aviões comerciais para voos de longo alcance. Por outro lado, a Embraer lidera o mercado de jatos regionais, com aeronaves para vôos a distâncias menores.
A Embraer (EMBR3) espera um resultado de aproximadamente US$ 3 bilhões na fusão com a Boeing (BOEI34), descontados os custos de separação.