Embraer (EMBR3) decola no Ibovespa hoje: banco prevê sólido crescimento no 4T23 e recomenda ações
O BTG Pactual apresentou ao mercado oito tópicos destacando razões significativas para manter uma perspectiva otimista em relação à Embraer (EMBR3) neste ano. O banco de investimentos aborda fatores que impulsionaram um aumento de 3,5% nas ações da empresa recentemente.
No relatório, os analistas fornecem análises detalhadas sobre as entregas da Embraer no quarto trimestre da fabricante de aviões, orientações para 2024, campanhas comerciais no setor de defesa, posição sólida na aviação comercial, sucesso na aviação executiva, nova instalação de manutenção e possíveis programas de ajuda governamental.
As ações da Embraer brilharam no pregão de hoje (1º), com alta de 5,94%, segundo maior ganho do dia. O mercado está na expectativa de que a companhia feche um novo contrato com a American Airlines (AALL34). A empresa também passou a fazer parte da carteira do BTG Pactual.
No que diz respeito às entregas do quarto trimestre de 2023 (4T23 da Embraer), o BTG Pactual antecipa resultados positivos para a Embraer, superando preocupações iniciais de alguns investidores sobre números abaixo do esperado. As informações reforçam sua recomendação de compra para os papéis da Embraer.
Apesar de pequenas frustrações no setor de aviação executiva, devido à falta de fornecimento de novos motores, o banco diz que as entregas comerciais ficaram apenas uma unidade aquém da orientação anual de 65-70 unidades, o que deverá garantir resultados financeiros favoráveis. Os números consolidados de 2023 devem estar alinhados com as orientações para todas as principais métricas, incluindo Ebitda e FCF, conforme o BTG.
Segundo os estrategistas, o CEO da Embraer indicou recentemente a intenção da empresa em manter um sólido crescimento de ~20% neste ano. Diante de possíveis restrições de fornecimento de motores para o crescimento da aviação comercial, o BTG Pactual afirma que outros segmentos devem contribuir para um crescimento robusto. A aposta vai ao encontro de uma pesquisa feita pela Bloomberg, que destaca que o mercado atualmente espera um crescimento na receita de 16% para este ano.
Outro ponto do relatório é a intensificação das notícias sobre campanhas comerciais no setor de defesa, incluindo um memorando de entendimento com a gigante industrial indiana Mahindra. Essa parceria, pontuam os analistas, deve facilitar a aquisição da aeronave C-390 Millennium pela Força Aérea Indiana, fortalecendo a posição da Embraer como concorrente na aquisição de novas aeronaves de carga militar.
Embraer: posição sólida e novidades no mercado de aviação
A posição sólida da Embraer na aviação comercial é ressaltada no texto do banco, que destaca as tendências favoráveis do setor nos EUA. A demanda mais ampla em centros urbanos menores, favorecendo aeronaves de corredor único, como as da Embraer, é apontada como uma oportunidade positiva. O BTG Pactual lembra a adequação do E2 às famílias 700 e Max da Boeing, sendo o único modelo “esticado” de corredor único no mercado.
O sucesso contínuo da Embraer na aviação executiva também é evidenciado, com o jato Phenom 300 anunciado como o mais vendido do mundo em 2023, pelo 12º ano consecutivo. O banco observa um alto backlog reportado no quarto trimestre e a informação de que todos os slots de produção estão vendidos até o final de 2025.
Para os estrategistas, a novidade relevante da fabricante brasileira de aeronaves é a criação de uma nova instalação de manutenção em parceria com a subsidiária portuguesa OGMA. Essa iniciativa, de acordo com os analistas, visa trazer a manutenção e revisão dos motores da série Pratt & Whitney GTF para dentro da empresa, aumentando a capacidade interna de manutenção, reparo e operações em um momento em que instalações de MRO em todo o mundo estão sobrecarregadas devido a problemas nos motores P&W que exigiram inspeções adicionais.
Conforme o BTG, possíveis programas de ajuda governamental, como o Reintegra, podem oferecer um suporte significativo à Embraer, dado que mais de 90% de suas vendas são exportações. O banco estima que, se esse programa avançar, o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa pode aumentar em até 15%.
Outros eventos menores também podem contribuir para consolidar um ano positivo da Embraer, de acordo com os analistas, como o progresso da subsidiária de eVTOL EVE, que espera atingir marcos importantes de negócios em 2025. Além disso, o processo de arbitragem em andamento relacionado ao fracassado acordo com a Boeing é mencionado pelo BTG como uma opção gratuita, mas com potencial impacto positivo para a empresa.
Empresa volta à carteira de recomendação do BTG Pactual
O BTG Pactual divulgou a composição revisada de sua Carteira Recomendada 10Sim para março, promovendo quatro alterações significativas. Itaú Unibanco (ITUB4), B3 (B3SA3), Renner (LREN3) e Embraer ingressam, substituindo Vale (VALE3), Vivara (VIVA3), Banco do Brasil (BBAS3) e Nubank (ROXO34). A decisão reflete a preferência do banco por ativos dos setores mais domésticos e cíclicos neste mês.
As dez ações selecionadas agora são: Itaú Unibanco (ITUB4), Localiza (RENT3), Renner, B3, Mercado Livre (MELI34), Cyrela (CYRE3), Raízen (RAIZ4), Equatorial Energia (EQTL3), Petrobras (PETR4) e Embraer. A performance da carteira em fevereiro foi de 1,9%, superando o Ibovespa (1%) e o IBrX-50 (0,9%).
O BTG Pactual destaca o desempenho notável do Itaú Unibanco no ano até agora, mesmo com avaliações elevadas. A B3 retorna à carteira, antecipando um aumento no fluxo de investimentos na bolsa. No setor de varejo, a Lojas Renner substitui a Vivara, trazendo risco e reforçando a estratégia macro da corretora.
A inclusão da Embraer, em detrimento da Vale, é justificada pela expectativa de volatilidade nas ações da mineradora. O BTG Pactual vê na Embraer uma oportunidade promissora, com campanhas comerciais robustas, posição sólida no mercado e potenciais programas governamentais de exportação, tornando as ações atrativas com um múltiplo EV/Ebitda de 8 vezes para 2024.
A substituição da Cosan (CSAN3) pela Raízen reflete a aposta em uma possível valorização, impulsionada pelos crescentes preços do açúcar e do etanol, sustentação de margens na distribuição de combustíveis e potencial de desalavancagem.