As ações da Embraer (EMBR3) no Ibovespa encerraram o pregão em valorização de 7,93%, negociadas a R$ 33,35, nesta sexta-feira (22). A alta significativa da fabricante de aeronaves na Bolsa de Valores acontece após o JP Morgan elevar o preço-alvo do papel para R$ 51, impulsionado pelos bons resultados do quarto semestre do ano passado (4T23).
A instituição financeira quase duplicou o preço-alvo, saindo de R$ 28, projetando um potencial de alta de mais de 50% em relação à cotação atual. Os analistas dizem que a revisão de preço-alvo da Embraer é motivada pelo desconto em torno de 25% frente aos pares, assim como pela revisão para cima nos lucros devido a anúncios recentes e perspectivas para os próximos anos.
A valorização das ações da Embraer ocorreu em meio ao otimismo crescente do mercado: a empresa alcançou R$ 24,7 bilhões em valor de mercado, um recorde desde sua entrada no Novo Mercado da Bolsa, em 2006. O destaque foi a encomenda de até 133 jatos pela American Airlines, no início de março, seguido pelos resultados e guidance (projeção) considerados fortes.
O JP Morgan destaca que, apesar do primeiro semestre ser sazonalmente mais fraco, este ano deve ser diferente para a Embraer, com diversos eventos que podem impulsionar os negócios da companhia.
Em alta de 36,51% no mês, a ação EMBR3 acumula uma valorização de 48,95% no ano. O relatório positivo do JP Morgan e do Goldman Sachs, que também elevou o preço-alvo para US$ 35, indicam potenciais de valorização de 65% e 41,5% ante o fechamento de quinta-feira, 21, segundo informações divulgadas pelo Estadão.
Para os dois bancos, o valuation da Embraer continua atraente, com o valor da empresa em 7,2 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) esperado para este ano, apesar de estar abaixo do nível histórico, de cinco anos, de 8,3 vezes. O banco aumentou suas estimativas de Ebitda para 2025, refletindo perspectivas positivas para a Defesa e a encomenda da American Airlines (AALL34).
Itaú BBA: projeções para a Embraer aumentam
Os analistas do Itaú BBA disseram, em relatório divulgado ao mercado nesta semana, que o 4T23 da Embraer mostra resultados próximos às expectativas tanto em receita quanto em Ebitda, indicando uma performance consistente da empresa durante esse período.
No entanto, o que chamou atenção dos estrategistas foi a projeção otimista da Embraer para o ano de 2024, refletindo uma forte confiança na demanda do mercado.
O banco analisa que, ao entregar um número significativo de unidades de aeronaves adicionais em 2024, tanto no segmento de aviação comercial quanto no executivo, a Embraer pode impulsionar suas receitas para uma faixa entre US$ 6 bi e 6,4 bilhões. Além disso, a projeção inclui uma possível expansão na margem Ebit o que ressalta a perspectiva positiva da Embraer em relação ao futuro.
Apesar da sólida performance do fluxo de caixa livre ano passado, o BBA reforça que a empresa optou por uma orientação conservadora para este ano, considerando potenciais desafios na cadeia de suprimentos e volatilidade no fluxo de caixa ao longo do ano.
A análise do Itaú BBA também destacou o desempenho das diversas divisões da Embraer, com ênfase na divisão comercial e executiva. Embora tenha havido uma redução nas entregas totais na divisão comercial em relação ao ano anterior, os analistas afirmam que a empresa conseguiu mitigar essa queda com uma melhor composição de vendas da Embraer, resultando em uma receita menos afetada.
Por outro lado, a divisão executiva manteve um desempenho estável em termos de entregas, mas registrou uma diminuição na margem EBIT, possivelmente devido à concentração de vendas em jatos menos lucrativos, conforme o BBA sobre a Embraer.