Embraer (EMBR3): após anúncio de demissões, funcionários entram em greve
Após a Embraer (EMBR3) anunciar a demissão de 900 colaboradores, além dos 1,6 mil desligamentos ligados ao Plano de Demissões Voluntárias, os funcionários da empresa decidiram entrar em greve. A decisão foi tomada em assembleia realizada na última quinta-feira (3).
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a greve fará com que o processo de demissões da empresa seja interrompido. “Os trabalhadores da Embraer aprovaram em assembleia, nesta quinta-feira, a deflagração de greve contra as demissões anunciadas pela empresa. Com isso, a Embraer fica proibida de concluir os cortes dos 2.500 trabalhadores [900 demissões somadas a 1.600 desligamentos de funcionários que aderiram a planos de demissão voluntária propostos pela empresa]”, disse o sindicato, em nota.
De acordo com o sindicato, a legislação brasileira proíbe a demissão de grevistas. Além de deliberar quanto à greve, os funcionários também aprovaram a proposta de um teto salarial de R$ 50 mil na empresa.
“Há três salários superiores a R$ 1 milhão por mês na empresa. Um deles chega a R$ 2.170.666,62 e é descrito no documento como sendo de um conselheiro. Há ainda o registro de 46 salários superiores a R$ 100 mil e 127 superiores a R$ 50 mil”, salienta o sindicato.
Embraer tem prejuízo de R$ 1,6 bilhão no segundo trimestre
A Embraer apresentou prejuízo líquido de R$ 1,667 bilhão e prejuízo por ação de R$ 2,26 referente ao segundo trimestre deste ano, ante um lucro líquido de R$ 33,9 milhões e o lucro por ação de R$ 0,03 registrados no mesmo período do ano passado.
Em termos de receita líquida, a Embraer fechou o período entre abril e junho com R$ 2,865 bilhões, uma queda em relação ao mesmo período do ano passado, quando registrou 5,403 bilhões em receita. A companhia destacou, entretanto, que sua liquidez permanece sólida e fechou o segundo trimestre com um caixa de R$ 10,9 bilhões, sendo que uma grande parte da dívida possui vencimento a partir de 2022.