A Embraer (EMBR3) está atraindo interesse de fabricantes estrangeiras após o negócio com a Boeing (NYSE: BA) não ocorrer, segundo informações da agência “Reuters” divulgadas nesta sexta-feira (29).
De acordo com a agência, a companhia chinesa COMAC sinalizou um interesse para uma possível cooperação com a unidade comercial da Embraer. Além dos chineses, a Irkut, da Rússia, também aprovou um estudo sobre a possibilidade de negócio.
A Índia, outro player só que menos conhecido no mercado, também sinalizou que deve estudar a possibilidade -em um negócio pouco menos provável, segundo analistas.
O interesse das empresas russa e chinesa é competir diretamente com Boeing e Airbus, em um momento propício já que as empresas que dominam o mercado foram duramente atingidas pela crise causada pelo coronavírus (covid-19).
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A Embraer não comentou o caso à agência. Já a COMAC não respondeu a solicitação e a Irkut negou o interesse.
Mesmo com o interesse estrangeiro, o SUNO Notícias apurou que militares veem com ressalvas uma possível negociação da Embraer com estrangeiros, principalmente com os chineses, após a tentativa frustrada da Boeing.
Ações da Embraer disparam na Bolsa
Com o possível interesse na aquisição da Embraer, as ações da empresa de aviação dispararam no Ibovespa, o principal índice acionário da B3, a bolsa de valores de São Paulo.
Próximo das 12h15 (de Brasília), as ações da Embraer tinham alta de 11,46%, cotadas a R$ 7,78.
Boeing alegou problemas para interromper negócio
O negócio da Embraer com a Boeing subiu no telhado. Ao anunciar a desistência do negócio, a norte-americana afirmou que iria cancelar a compra do controle da divisão de aviação da Embraer.
O acordo entre as duas fabricantes de aeronaves foi anunciado em 2018 e estava avaliado em US$ 4,2 bilhões (cerca de R$ 23,5 bilhões).
A alegação foi que que a Embraer não cumpriu as etapas estabelecidas em contrato para separar a sua linha de aviões regionais, com o intuito de formatar a nova empresa.
Saiba mais: Embraer (EMBR3) poderá negociar com outras empresas, diz Bolsonaro
A companhia brasileira acusou a gigante norte-americana de deslealdade e prometeu ir à Justiça. No mesmo dia, em nota, a Embraer disse que “acredita firmemente que a Boeing rescindiu indevidamente o Acordo Global da Operação (MTA, na sigla em inglês) e fabricou falsas alegações.
Os norte-americanos da Boeing vivem duas crises ,que afetaram o desfecho do negócio. Uma é referente à paralisação da produção do 737 MAX por problemas técnicos. Além disso, a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) piorou a situação da fabricante devido à queda na demanda do setor aéreo.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na segunda-feira (27), que a Embraer poderá negociar com outras empresas devido ao fim das negociações junto à Boieng.