As ações da Embraer (EMBR3) já decolaram 75,70% nos primeiros cinco meses deste ano. Apesar dos ganhos, analistas da XP tem uma postura cautelosa para o futuro da companhia.
Nos últimos meses, o noticiário sustentou um fluxo muito positivo para a companhia produtora de aeronaves Embraer, reportando acordos muito relevantes.
Na divisão Comercial, a American Airlines fechou um negócio bilionário na encomenda de até 133 jatos E175, o “carro chefe” da Embraer nos Estados Unidos. Já para o segmento de Defesa e Segurança, a Embraer continuou expandindo sua presença no mapa para integrar as forças aéreas da República Tcheca, Coreia do Sul e demais países, com a aeronave KC-390.
Com isso, em 12 meses as ações atingem uma alta de 117,85% e de janeiro para cá, de 75,70%.
Com céu azul, por que a XP mudou a recomendação para Embraer (EMBR3)?
Apesar disso, os analistas da XP enxergam que a tendência das ações de EMBR3 agora é “estacionar”.
“Todo esse fluxo foi muito positivo, seguido de anos de consumo e queima de caixa. Agora, a Embraer deve entrar em um ciclo mais otimista, como ela mesmo fala”, comenta Fernanda Urbano em live da XP nesta quinta-feira (23).
A XP concorda que a companhia aeroespacial está um bom momento operacional, mas acredita que todo esse cenário já está refletido no preço e não é capaz de sustentar o valuation que a Embraer está sendo negociada hoje.
“Vemos o valuation como assimétrico para o lado negativo”, afirma relatório da XP.
“Olhando para frente, reiteramos a aviação comercial como o principal motor para o crescimento, com a defesa como uma opcionalidade de valor plausível se a Embraer adicionar com sucesso (e consistentemente) novos pedidos à sua carteira,” completam os especialistas da XP.
Assinada pelos analistas Lucas Laghi, Fernanda Urbano e Guilherme Nippes, a revisão da recomendação de “compra” para “neutro” para as ações EMBR3 leva em conta um potencial valuation de -6% e o preço-alvo de R$ 37,00 por ação – atualmente os papeis são negociados em torno de R$ 39,50.