Embraer (EMBR3): anúncios não animam analistas e ações lideram quedas no Ibovespa; veja por quê
Em relatório divulgado nesta terça-feira (20), analistas do BTG Pactual (BPAC11) avaliaram os anúncios feitos pela Embraer (EMBR3) durante o Paris Airshow, um dos maiores eventos da indústria de aviação.
As novidades anunciadas pela fabricante de aviões focaram no segmento de mobilidade aérea, com a Eve, subsidiária da companhia, compartilhando as principais atualizações dos fornecedores. Além disso, na última sexta-feira (16), a Embraer mencionou entregas importantes na divisão de Defesa, como a da 6ª aeronave C-390 para a Força Aérea Brasileira (FAB).
“Nenhum anúncio foi feito sobre a aviação comercial até agora, mas esperamos ouvir mais ao longo da semana”, disseram os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia.
Ao mesmo tempo, a IndiGo, maior companhia aérea da Índia em termos de participação de mercado, fez um pedido de 500 aeronaves da família A320 à rival da Embraer, a Airbus, estabelecendo um recorde para o maior contrato de compra individual na história da aviação comercial.
Este último acordo eleva o número total de aeronaves Airbus encomendadas pela IndiGo para 1.330, solidificando sua posição como o maior cliente mundial da família A320.
“Vale ressaltar que o ERJ da Embraer participa ativamente de campanhas comerciais no país. Enquanto aguardamos novos grandes anúncios na aviação comercial, vemos o Paris Airshow como um evento positivo para o ERJ”, acrescentaram os analistas.
O BTG Pactual tem recomendação de compra para as ações da Embraer, com preço-alvo em R$ 19.
Embraer (EMBR3) assina contratos com a American Airlines (AALL34) e a Binter para venda de aeronaves
A Embraer anunciou nesta terça (20) que a American Airlines (AALL34) assinou um contrato para compra de sete novos jatos Embraer E175, que serão operados pela subsidiária Envoy Air. O negócio está avaliado em US$ 403,4 milhões, com entregas no quarto trimestre de 2023.
Com a aquisição, a frota de E-Jets da fabricante de aviões na Envoy Air crescerá para 141 aeronaves ao fim de 2024. “O E175 é a espinha dorsal da rede regional dos Estados Unidos, com mais de 620 aeronaves vendidas, e tendo 86% de participação de mercado desde 2013”, disse Meijer, em comunicado.
Outras aquisições
A Binter, companhia aérea das Ilhas Canárias, fez um pedido firme de seis aviões Embraer E195-E2, conforme comunicado divulgado nesta terça-feira. O negócio está avaliado em US$ 504,7 milhões, com entregas a partir do segundo semestre de 2024. Após a conclusão das entregas, a Binter terá uma frota de 16 jatos E2.
“O E2 tem sido um diferencial para a Binter. Os nossos clientes estão muito satisfeitos com a aeronave, especialmente com o silêncio durante o voo. O desempenho em economia de combustível e em manutenção também tem sido melhor do que o esperado. O E2 tem comprovado ser a aeronave perfeita para liderar o nosso ciclo de crescimento”, afirma Rodolfo Núñez, presidente da Binter, em nota.
Também hoje, a Embraer revelou em comunicado que a Avolon, empresa de leasing de aeronaves, assinou um acordo de venda e arrendamento com a Porter Airlines para 10 novas aeronaves Embraer E195-E2, com preço de lista de US$ 841,2 milhões.
As novas aeronaves irão apoiar a expansão da Porter para rotas domésticas no Canadá e, no futuro, para a América do Norte. Essa é a primeira aquisição de aeronaves da família E2 pela Avolon, apoiando a meta da companhia de 75% de aeronaves de nova geração até 2025.
A Embraer também divulgou nesta terça-feira que a Azorra, do setor de leasing, como sendo o cliente não revelado de um pedido de 15 aeronaves E195-E2, anunciado em janeiro deste ano. O pedido, avaliado em US$ 1,2 bilhão, conforme preço de lista, foi acionado à carteira de pedidos no quarto trimestre de 2022.
“Com base em nosso sucesso com o E2, estamos orgulhosos em expandir nosso firme compromisso com a Embraer de 20 para 35 aeronaves”, afirmou Ron Baur, presidente da Azorra, em comunicado.
Republic Airways entra em projeto da Embraer
A Republic Airways, uma das maiores companhias aéreas regionais dos Estados Unidos, uniu-se ao grupo consultivo do projeto “Energia”, da Embraer.
O grupo é formado por um time de companhias aéreas, empresas de leasing de aeronaves, fornecedores e outros especialistas em aviação que assessoram a iniciativa para desenvolver aeronaves sustentáveis para o futuro.
As empresas vão colaborar para determinar requisitos como infraestrutura, assistência em solo, desempenho da aeronave e espaço para carga. Além disso, o grupo do projeto da Embraer ajudará a acelerar o tempo de chegada no mercado e, por fim, auxiliará na decisão de qual aeronave do projeto chegará primeiro.
Demanda global
A Embraer atualizou hoje suas perspectivas do mercado global para a aviação comercial nos próximos 20 anos. Entre elas, está a demanda de 11 mil jatos jato e turboélices com até 150 assentos, avaliados em US$ 650 bilhões (R$ 3,1 tri, na cotação atual)
Segundo Arjan Meijer, presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, essa categoria de aviões tem o potencial de manter a conectividade da malha aérea, e observa que o trabalho remoto e a uma indústria mais sustentável vão afetar a forma como as pessoas viajam e a procura por novas aeronaves da Embraer.
A fabricante de aviões espera que o tráfego mundial de passageiros, medido em receita de passageiro/quilômetro (RPK, na sigla em inglês), retorne aos níveis de 2019 até o ano que vem, como resultado de uma recuperação prolongada da pandemia, da geopolítica e de mudanças na dinâmica do setor. “Os RPKs globais crescerão 3,2% ao ano até 2042”, disse a companhia em comunicado.
A Embraer listou, ainda, as principais tendências que estão moldando a demanda futura por viagens e aeronaves, como a fragmentação da economia global, os impactos da sustentabilidade no mercado, assim como a necessidade de flexibilidade da frota para lidar com uma demanda incerta.
Cotação da Embraer
No fechamento, as ações ordinárias de Embraer caíram 4,65%, a R$ 19,26.
Cotação EMBR3