A Embraer (EMBR3) informou, na manhã desta segunda-feira (20), que entregou 17 aviões durante o segundo trimestre deste ano. O resultado equivale a uma queda de 67% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram entregues 51 unidades. A informação foi divulgada por meio de um comunicado ao mercado.
Segundo a fabricante, a baixa nas entregas é atribuída aos impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). De todas as entregas entre abril e junho, a Embraer disse que 13 aeronaves eram do segmento executivo, enquanto quatro eram comerciais. No mesmo intervalo temporal de 2019, foram entregues 25 jatos executivos e 26 comerciais.
Na nota, a companhia destacou a entrega de um E-Jet para a Helvetic Airways. No período, a companhia aérea suíça converteu pedidos de quatro jatos E190-E2 para o E195-E2.
Além disso, a fabricante também reforçou que durante esse período a Congo Airways alterou seu pedido, realizado no fim de 2019, de duas aeronaves E175. A empresa africana passou a solicitar a economenda de dois jatos E190-E2, com direito de compra de mais dois aviões.
No que se refere ao segmento executivo, a Embraer deu destaque para a entrega de um Phenom 300E para a Dunham & Jones, escritório de advocacia do Texas, nos Estados Unidos. Na parte de segmento de defesa e segurança, a companhia entregou a terceira unidade de transporte multimissão C-390 Millennium à Força Aérea Brasileira (FAB).
A Embraer, ainda, salientou que, em 30 de junho de 2020, a carteira de pedidos firmes a entregar totalizava US$ 15,4 bilhões (cerca de R$ 77,9 bilhões).
Embraer enxerga mercado doméstico fortalecido
Em um debate virtual sobre “O Futuro da Aviação Comercial”, o vice-presidente de Inteligência de Mercado da Embraer, Rodrigo Souza, disse que o mercado doméstico do setor de atuação da companhia deve se fortalecer frente ao internacional por conta da descentralização dos polos de produção mundial.
A fala foi proferida em uma reunião mediada pelo secretário de desenvolvimento da infraestrutura do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, no início deste mês.
O cenário levado em conta para as estimativas do executivo foi o do “pós-pandemia”. Segundo Souza, o setor de aviação comercial terá que adotar novas tecnologias e novas métricas para focar na melhoria do mercado doméstico. “O impacto que a gente tem na indústria do transporte aéreo foi sem precedentes e não dá para imaginar que a gente vai passar ileso”, disse Souza.
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“A gente viu países chegarem a conclusão que essa questão da globalização precisa ser repensada em termo da cadeia de suprimento para que você tenha menos dependência de um determinado país, de uma determinada região, e ter uma distribuição melhor, principalmente mais próximo em termos de logística”, acrescentou o vice-presidente de Inteligência de Mercado da Embraer.