A Embraer (EMBR3) cancelou nesta quarta-feira (4) uma reunião marcada junto ao Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) e pediu a intermediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para dar continuidade às negociações.
A Embraer informou que a medida foi tomada em vista de “informações falsas e manipuladas divulgadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, relativas ao processo de reestruturação pelo qual passa a empresa”.
O sindicato divulgou nota nesta quarta-feira alegando que a fabricante do setor aeroespacial paga “supersalários” a funcionários da empresa e informou que os trabalhadores fizeram uma proposta de teto de R$ 50 mil para a remuneração mensal na companhia. Os números apontados pela entidade, no entanto, diferem daqueles comunicados pela empresa nos documentos enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Em razão do cancelamento da reunião, a Justiça do Trabalho marcou um novo encontro virtual para terça-feira. As negociações serão mediadas pelo TRT da 15ª Região e deverão dar continuidade às conversas que já estavam em curso.
Embraer comunica demissão de 2,5 mil funcionários
A fabricante brasileira anunciou na última quinta-feira (3) a demissão de 2,5 mil funcionários em sua unidade no Brasil. A Embraer informou que serão cortados 1,6 mil trabalhadores em adesões ao programa de demissões voluntárias (PDV), encerrado na última quarta-feira (2), e mais outros 900 por dispensa para ajuste do quadro de empregados.
A companhia alegou que a medida é resultado dos impactos causados pela pandemia do novo coronavírus e pelo cancelamento da parceria com a Boeing.
Em resposta, os funcionários da emprega aprovaram nesta sexta-feira em assembleia uma greve organizada pelo sindicato dos metalúrgicos e engenheiros de São José dos Campos (SP). Dessa forma, como a legislação proíbe a demissão de grevistas, a Embraer não poderá realizar os cortes.