Nesta quarta-feira (15), as ações da Embraer (EMBR3) registram alta de 5,64% após relatório do Goldman Sachs afirmar que a empresa pode atingir margem operacional de dois dígitos num longo prazo, por causa da forte demanda por serviços e suporte.
“A companhia espera receitas de US$ 40 milhões este ano através da portuguesa OGMA, uma joint venture com o governo brasileiro”, diz o Goldman, cujas estimativas são de que as receitas possam atingir, eventualmente, US$ 500 milhões por ano.
Além disso, ontem, diversos veículos de notícias de aviação reportaram sobre uma nova empresa aérea nos EUA. De acordo com as agências, Ed Wegel, ex-CEO da GlobalX, planeja uma nova companhia aérea sediada na Flórida, a Zoom Airlines, que estaria pronta para se lançar com os E-jets da Embraer.
Segundo fontes, já existem avanços na operação aérea regular e os jatos da Embraer para lançamentos seriam E190/195 E1, alimentados pelos motores CF34 da General Electric.
De acordo com o BTG, a decisão de lançar a nova companhia aérea com os jatos da Embraer mostra a forte aceitação do produto da família E1 nos EUA, mesmo que não seja possível afirmar se as aeronaves componentes da frota são novas ou usadas.
“A notícia também destaca o ambiente positivo na aviação comercial, com a ERJ afirmando em sua última conferência que as campanhas em andamento totalizam até 200 aeronaves. O sucesso dessas campanhas permanece um fator chave para as ações”, diz o BTG.
Neste contexto, o banco recomenda compra das ADRs da Embraer, com preço-alvo de US$ 32,00, com base no forte momentum de lucros esperado para o ciclo 2024-2025.
Embraer reduz prejuízo ajustado em 86,2% no 1T24
A Embraer teve prejuízo líquido ajustado de R$ 63,5 milhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), queda de 86,2% ante prejuízo de R$ 460,5 milhões no mesmo período do ano anterior. A companhia também divulgou seu guidance para 2024.
De janeiro a março, considerando o resultado atribuído aos acionistas, a Embraer (EMBR3) registrou um lucro de R$ 142,7 milhões, ante lucro de R$ 943,6 milhões reportado no primeiro trimestre de 2023.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em R$ 233,7 milhões no primeiro trimestre, representando alta ante os R$ 53,9 milhões de janeiro a março do ano anterior.
Com isso, a margem Ebitda ajustada ficou positiva em 5,3% no período, ante 1,4% positiva um ano antes.
A Embraer entregou 25 jatos no primeiro trimestre, sendo 7 comerciais (3 E1-175 e 4 E2-195) e 18 executivos (11 leves e 7 médios), registrando um aumento de 67% em relação às 15 aeronaves entregues no 1T23.
“O número de entregas na Aviação Executiva foi o melhor primeiro trimestre dos últimos 8 anos, e mais do que dobrou em relação ao mesmo período do ano anterior”, explica a companhia.
A receita líquida da Embraer foi de R$ 4,448 bilhões no período de janeiro a março de 2024, aumento de 19% ante os R$ 3,726 bilhões registrados no 1T23. “Destaque para a Aviação Executiva, com crescimento de 2,6 vezes durante o período (R$ 0,5 bilhão no 1T23 para R$ 1,2 bilhão no 1T24)”, escreve.
A unidade de defesa e segurança caiu 21% no período, com receita de R$ 400 milhões. Já na unidade de aviação comercial da Embraer, a receita totalizou R$ 1 bilhão, ou 3,5% menor em relação ao ano anterior. Em serviços e suporte, as receitas totalizaram R$ 1,8 bilhão, ou 7% a mais em relação ao ano anterior.
A carteira de pedidos total da Embraer chegou aos US$ 21,1 bilhões no 1T24.
Projeções da companhia para 2024
Junto ao balanço de resultados do 1T24 da Embraer, a companhia também divulgou as estimativas de resultados para o ano de 2024.
No período, a empresa espera que as entregas de aeronaves da aviação comercial fiquem entre 72 e 80, enquanto as entregas de aeronaves da aviação executiva fiquem entre 125 e 135.
Além disso, a Embraer projeta que a receita total da companhia em 2024 fique entre US$ 6 e US$ 6,4 milhões, margem EBIT ajustada entre 6,5% e 7,5% e fluxo de caixa livre ajustado de US$ 220 milhões ou maior para o ano.
Desempenho anual das ações da Embraer
Cotação EMBR3