Embraer lucra R$ 200 milhões no 2T22, superando expectativas
A Embraer (EMBR3) reportou um lucro líquido ajustado de R$ 199,8 milhões no período do segundo trimestre de 2022 (2T22). A cifra representa uma queda de 6,1% em relação ao mesmo período de 2021. O resultado fica acima da projeção média de analistas consultados pelo consenso Refinitiv, de R$ 43,32 milhões de prejuízo.
O resultad0 da Embraer foi divulgado pela fabricante de aviões nesta quinta-feira (4), em comunicado arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A companhia teve como lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado, R$ 622,8 milhões no 2T22, queda de cerca de 25% em relação a igual período do ano anterior. A margem Ebitda foi de 12,3%, queda de 1,8 p.p..
Já a receita líquida de empresa foi de R$ 5,044 bilhões no trimestre, representando baixa de 14,8% na comparação com igual etapa de 2021.
Segundo as anotações da administração, esse impacto negativo se deu por conta da retração da Aviação Comercial, Defesa & Segurança – que foi parcialmente compensada por uma receita maior em Serviços & Suporte.
O consenso Refinitiv mirava um Ebitda de R$ 490,93 milhões e uma receita de R$ 6,137 bilhões para a Embraer no 2T22.
A companhia também reportou que fechou o mês de junho com dívida líquida de R$ 6,273 bilhões, ante R$ 6,9 bilhões no trimestre anterior e R$ 9,2 bilhões no segundo trimestre de 2021.
A carteira de pedidos firmes (backlog) fechou o período em US$ 17.8 bilhões, representando um crescimento de US$ 500 milhões no comparativo com o trimestre anterior.
Segundo a companhia, este é o maior nível pós-pandemia, impulsionado por um nível de pedidos consistente.
A empresa entregou 32 jatos, sendo 11 comerciais e 21 executivos (12 leves e 9 médios). No acumulado de janeiro a junho, o total de aeronaves entregues pela Embraer foi de 46 (17 comerciais e 29 executivas).
O índice foi impulsionado por novas vendas de aeronaves e serviços, aumento de 12% na comparação anual, sendo US$ 15,9 bilhões registrados no 2T21.
Prévias da Embraer haviam deteriorado expectativas para o 2T22
Após a divulgação da prévia do 2T22 da Embraer, os analistas do Itaú BBA se posicionaram. Na visão do banco de investimentos, os números são fracos.
“Acreditamos ofuscar as notícias de uma carteira de pedidos robusta”, diz o texto, entoando a perspectiva negativa vista nas projeções do consenso Refinitiv.
Além disso, as entregas ficaram aproximadamente em linha com as expectativas, “o que parece deixar a empresa ainda mais longe do topo de seu guidance para 2022 e mais perto da base”.
Para alcançar o topo do guidance, conforme os analistas, a Embraer precisaria entregar 43-53 aeronaves comerciais no segundo semestre do ano, implicando um crescimento de 72% a 112% na comparação anual e 71-81 aeronaves executivas no mesmo período (que seria uma alta de 18%-35% na base anual).