Em cerimônia de posse, Bolsonaro promete luta ao socialismo
O presidente da República Jair Bolsonaro tomou posse nesta terça-feira (1) em Brasília.
A cerimônia de inauguração do mandato do presidente Jair Bolsonaro ocorreu sem incidentes. O governo Bolsonaro durará até 31 de dezembro de 2023. A segurança foi reforçada em todo o Eixo Monumental, na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes.
Bolsonaro foi saudado pelas milhares de pessoas que participaram da cerimônia. No momento da transferência da faixa presidencial entre Bolsonaro e o ex-presidente Michel Temer, os participantes gritaram “mito”, “o capitão chegou” e outros slogan da campanha eleitoral.
Dois discursos
O presidente Bolsonaro fez dois discursos: um em frente ao Congresso Nacional e outro no parlatório do Palácio do Planalto.
Em seu primeiro discurso, Bolsonaro propôs um novo “pacto nacional” entre a sociedade e os poderes da República. Segundo o presidente, somente “um verdadeiro pacto nacional entre a sociedade e os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário” será possível vencer os desafios da recuperação econômica.
Em fala curta, de menos de 10 minutos, o presidente também falou em “reconstruir” o Brasil. Segundo Bolsonaro, é preciso criar “um círculo virtuoso” para a economia, a fim de se gerar confiança para abrir os mercados para o comércio internacional, “estimulando a competição, a produtividade e eficácia sem viés ideológico”.
O presidente destacou que nesse processo o setor agropecuário atuará em harmonia com a preservação ambiental.
Bolsonaro prometeu que o novo governo vai priorizar quatro pontos: combate à corrupção; combate à criminalidade; economia; dar fim à irresponsabilidade ideológica.
“Esses desafios só serão resolvidos mediante um verdadeiro pacto nacional entre a sociedade e os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, na busca de novos caminhos para um novo Brasil”, explicou o presidente.
Bolsonaro também se comprometeu a atuar contra a discriminação e a divisão da sociedade. Uma resposta aos opositores, que durante a campanha eleitoral o acusaram de adotar posições racistas e discriminatórias.
“Reafirmo meu compromisso de construir uma sociedade sem discriminação ou divisão”, declarou Bolsonaro.
“Daqui em diante, nos pautaremos pela vontade soberana daqueles brasileiros: que querem boas escolas, capazes de preparar seus filhos para o mercado de trabalho e não para a militância política; que sonham com a liberdade de ir e vir, sem serem vitimados pelo crime; que desejam conquistar, pelo mérito, bons empregos e sustentar com dignidade suas famílias; que exigem saúde, educação, infraestrutura e saneamento básico, em respeito aos direitos e garantias fundamentais da nossa Constituição”, afirmou o presidente.
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Em seu segundo discurso, no parlatório do Planalto, Bolsonaro usou um tom menos conciliante. O presidente afirmou que vai libertar o Brasil do socialismo e do politicamente correto.
“É com humildade e honra que me dirijo a todos vocês como Presidente do Brasil. E me coloco diante de toda a nação, neste dia, como o dia em que o povo começou a se libertar do socialismo, da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicamente correto”, afirmou Bolsonaro.
No final de sua fala, o presidente e o vice-presidente Hamilton Mourão seguraram uma bandeira do Brasil. O presidente disse que a “bandeira jamais será vermelha” ao menos que seja do “sangue” derramado para evitar que o socialismo triunfe.
“Essa é a nossa bandeira, que jamais será vermelha. Só será vermelha se for preciso nosso sangue para mantê-la verde e amarela”, afirmou Bolsonaro.
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Primeira-dama quebra o protocolo
Antes da fala do presidente, a primeira-dama Michelle Bolsonaro quebrou o protocolo. Em um gesto inédito, a esposa do presidente também discursou no parlatório do Palácio do Planalto.
Michelle Bolsonaro se manifestou em linguagem de libras, em homenagem à população surda, público para o qual realiza trabalho voluntário. Ao lado dela, uma assessora traduzia a gesticulação da primeira-dama no microfone. Ambas se emocionaram durante a cerimônia
“É uma grande satisfação e privilégio poder contribuir e trabalhar para toda a sociedade brasileira. A voz das urnas foi clara no sentido de que o cidadão brasileiro quer segurança paz e prosperidade, em um país em que todos são respeitados”, afirmou Michelle.
A primeira-dama agradeceu a todos que demonstraram solidariedade durante os “momentos difíceis”, especialmente ao filho do presidente Carlos Bolsonaro. Segundo Michelle, ocorreu uma “parceria” entre os dois durante os 23 dias em que Bolsonaro ficou internado em um hospital em São Paulo após o atentado sofrido no dia 6 de setembro.
Veja os principais pontos dos discursos de Bolsonaro
- Unir os poderes em um novo “pacto nacional”.
- Abrir o mercado brasileiro ao comércio internacional.
- O governo não gastará mais do que arrecada
- Contratos serão cumpridos
- Serão realizadas “reformas estruturantes”.
- Serão valorizados policiais que “sacrificam suas vidas” para garantir a segurança
- As escolas prepararão alunos “para o mercado de trabalho e não para a militância política”
- Será construída uma sociedade sem discriminação
- Será contrastada a ideologia de gênero
- Todas as religiões serão respeitadas, “respeitando nossa base judaico-cristã”
- A política externa “retomará seu papel na defesa da soberania, na construção da grandeza” do Brasil.
- Será levada adiante uma luta contra o socialismo e contra o politicamente correto
Depois da cerimônia de posse, o presidente Jair Bolsonaro presenciou a posse de seus ministros no Palácio do Planalto.