O bilionário Elon Musk concluiu na noite desta quinta-feira, 27, a compra do Twitter (TWTR34) após seis meses de negociações com a rede social. A compra foi finalizada por US$ 44 bilhões, informam os veículos Washington Post, Insider e CNBC.
O primeiro ato de Musk como proprietário do Twitter foi demitir os principais executivos do alto escalão da companhia: o então presidente executivo, Parag Agrawal; o chefe financeiro, Ned Segal; e Vijaya Gadde, chefe do Departamento Jurídico, Políticas e Confiabilidade.
Sean Edgett, conselheiro geral do Twitter também entrou na leva de demissões de alto escalão da rede social, segundo apuração do New York Times. A executiva Sarah Personette, responsável por cuidar da divisão de clientes, também foi demitida, segundo a Insider. Na semana passada, a imprensa americana noticiou que o homem mais rico do mundo planeja demitir 75% dos funcionários da companhia.
De acordo com a Bolsa de Nova York (NYSE), a negociação de ações do Twitter já está suspensa e não vai mais aparecer no pregão. A intenção de Musk é tornar o Twitter uma companhia privada, movimento incentivado pelo fundador da companhia, Jack Dorsey.
“A razão pela qual adquiri o Twitter é porque é importante para o futuro da civilização ter uma ‘praça pública digital’, onde uma ampla gama de crenças possa ser debatida de maneira saudável, sem recorrer à violência”, explicou o Musk, em carta para o mercado publicitário publicada no Twitter na manhã desta quinta.
A marca de US$ 44 bilhões coloca a compra como a segunda mais alta da história da tecnologia, ficando atrás da aquisição da Blizzard pela Microsoft (MSFT34) no ano passado(US$ 68,7) e ficou acima da compra do LinkedIn pela Microsoft (US$ 26,2 bilhões) em 2016.
“A razão pela qual adquiri o Twitter é porque é importante para o futuro da civilização ter uma ‘praça pública digital’, onde uma ampla gama de crenças possa ser debatida de maneira saudável, sem recorrer à violência”, explicou o Musk, em carta para o mercado publicitário publicada no Twitter na manhã desta quinta.
As intenções de Musk, que prega liberdade absoluta, levantam questões sobre a moderação de conteúdo. “A pergunta que fica é o quanto uma visão de liberdade de expressão absolutista do Elon Musk se corporifica na rede social em que ele se torna o CEO. Porque essa pergunta, na verdade, se liga com uma questão muito íntima das empresas do Vale do Silício. De certa maneira, isso faz com que o grau de personalismo na tomada de algumas decisões passe por uma questão de visão de mundo”, argumenta Carlos Affonso Souza, diretor do ITS-Rio.
Novela
A novela da compra do Twitter, começou no dia 4 de abril com Musk oficializando a compra de 9,2% das ações da companhia. Dez dias depois, em 14 de abril, o bilionário fez uma oferta para adquirir a plataforma por US$ 44 bilhões, com preço de ação a US$ 54,20. No dia 25 de abril, foi anunciado o fechamento do acordo.
Em maio, Musk solicitou uma investigação para averiguar os números da plataforma, afirmando que poderiam chegar a 20% do total de contas existentes. A equipe responsável pela investigação, porém, afirmou que não era possível verificar os dados fornecidos pelo Twitter, mas a empresa continuou defendendo que o cálculo feito é auditado.
Em 8 de julho, o bilionário oficializou a desistência da compra do Twitter, após enviar uma carta para a empresa, assinada por seus advogados, explicando que a quebra de contrato não possibilitou que o negócio fosse adiante. Em 12 de julho, o Twitter entrou com uma ação na Corte de Delaware para processar o empresário pelo abandono da compra.
“Este é um claro sinal de que Musk reconhece que a chance de ganhar o processo contra o Twitter na Corte de Delaware é pouco provável e que o acordo de US$ 44 bilhões deve acontecer de uma forma ou de outra”, explica Dan Ives, analista da empresa americana Wedbush. “Ser forçado a fechar o negócio depois de uma longa e feia batalha na Corte não é um cenário ideal e aceitar o acordo e seguir em frente com o negócio deve evitar uma dor de cabeça maior”.
Em audiência, a Corte de Delaware deu até a data de 28 de outubro para Musk concluir o negócio.
Elon Musk tinha dado mais cedo sinais de que compra do Twitter (TWTR34) seria fechada
Mais cedo nesta quinta, após ir presencialmente à sede do Twitter (TWTR34), o bilionário e CEO da Tesla (TSLA34), Elon Musk, mudou sua bio na rede social para ‘Chief
Musk negociou a compra do Twitter por US$ 44 bilhões após uma postergação judicial.
Segundo informações da Bloomberg, o executivo garantiu em uma videochamada com banqueiros que concluiria a compra até as 17h de sexta (28).
O Morgan Stanley teria montado o contrato de crédito final para prover o financiamento necessário para a aquisição da rede social. Seriam cerca de US$ 13 bilhões em financiamento.
Se até novembro o acordo não fosse fechado, a administração da rede social poderia ‘forçar’ Musk a cumprir o acordo inicial em um tribunal em Delaware.
A diretora de marketing do Twitter, Leslie Berland, disse em comunicado interno que o executivo já estava se atualizando sobre os processos da empresa.
“Elon está no escritório se reunindo com o pessoal, continuando a mergulhar no importante trabalho que todos vocês fazem”, escreveu aos colaboradores.
Musk: valor ‘muito caro’ pelo Twitter no curto prazo
O empresário, dizia estar ‘pagando demais’ pela companhia de mídias sociais.
A compra do Twitter por Elon Musk por US$ 44 bilhões é um prêmio pela aquisição da totalidade da empresa, dado que a cotação atual das ações fica abaixo disso.
“Obviamente, eu e os outros investidores estamos pagando demais pelo Twitter agora”, disse Musk em uma teleconferência de resultados da Tesla, que divulgou seus resultados financeiros nesta semana.
Ele acrescentou, no entanto, que “o potencial de longo prazo para o Twitter, é uma ordem de magnitude maior do que seu valor atual”.
Musk concordou em comprar o Twitter em abril, depois tentou abandonar o acordo, antes de reverter o curso novamente em outubro e dizer que prosseguiria com a transação.
“Estou animado com a situação do Twitter porque, obviamente, conheço o produto incrivelmente bem e acho que é um ativo que definhou por muito tempo, mas tem um potencial incrível”, defendeu Elon Musk na teleconferência da Tesla.
Após seis meses de idas e vindas, Musk compra Twitter por US$ 44 bi
Com informações do Estadão Conteúdo