Eletronuclear: Angra 3 deve ter conclusão atrasada para 2027
O presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, afirmou nesta sexta-feira (22) à agência “Reuters” que a conclusão da terceira usina nuclear brasileira, Angra 3, deve ser atrasada para 2027.
Segundo o executivo da Eletronuclear, o postergação do fechamento da usina se deve a, atual, menor demanda por energia de 10% a 15%, bem como a desvalorização do real frente ao dólar ligadas à pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Guimarães também afirmou que o Brasil apresenta projetos para atrair um parceiro para o empreendimento, o que deve acontecer até o ano de 2023. Nesse sentido, companhias da China, Rússia e Coreia do Sul figuram entre as possíveis candidatas para o acordo.
O empreendimento foi planejado nos anos de 1980 e foi retomado de 2009, mas as obras foram paralisadas no final de 2015. A usina, de acordo com o projeto, terá 1,4 gigawatt em capacidade quando entrar em operação. Até o momento, foram despendidos R$ 9 bilhões no projeto.
“Estamos falando de um atraso pequeno, de novembro de 2026 para o ano seguinte”, declarou Guimarães, durante entrevista na última quinta-feira (21). A continuidade da obra que o Brasil vem tentando finalizar há décadas sofreu um longo atraso em função de dificuldades financeiras da Eletrobras e problemas com corrupção.
Modelo para retomada de Angra 3 está pendente, diz Eletronuclear
Em função da pandemia do novo coronavírus, uma importante reunião do Conselho da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (SPPI), qual discutiria o modelo de negócios para a retomada do projeto foi suspensa no final de março. Dessa forma, o negócio permanece pendente de aprovação.
A Eletrobras (ELET6) está aprovou a manutenção de um investimento de R$ 1 bilhão no Plano de Aceleração da Linha Crítica da usina nuclear Angra 3, previsto para este ano. A ação ocorre no sentido de permitir a retomada das operações e para tornar o projeto mais atrativo para parcerias, informou Guimarães.
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Em conformidade com o modelo de negócios em discussão, um sócio privado entraria com quase 20% do investimento necessário. “É muito mais fácil atrair parceiros para um projeto que está andando do que para um que está paralisado”, salientou o presidente da Eletronuclear.