O presidente da Eletrobras (ELET3), Wilson Ferreira Junior, afirmou que está trabalhando para privatizar a empresa ainda neste ano. A declaração ocorreu nesta quarta-feira (29) durante um evento promovido pelo Credit Suisse, em São Paulo.
De acordo com Ferreira Junior, a expectativa é que o projeto de lei sobre a desestatização da Eletrobras seja aprovado no Congresso Nacional ainda no primeiro semestre deste ano. Com isso, o processo de privatização da companhia começará no segundo semestre.
O executivo disse ainda que voltará a falar sobre a importância do tema com parlamentares após a volta do recesso legislativo. Segundo Ferreira Junior, no ano passado o assunto foi discutido principalmente com deputados. Entretanto, neste ano os alvos serão os senadores.
Ferreira salientou o risco da retirada de R$ 16,2 bilhões da receita do governo com a privatização da estatal, que pode levar a um contingenciamento.
“Porque tirar 16 bilhões do orçamento não é uma coisa que você faz fácil em casa, também não é no governo. Eu não tenho dúvida de que isso traz um nível maior de compromisso e vocês vão ver: porque você só contingencia. Afeta executivo e legislativo”, afirmou o presidente da companhia.
Competitividade
O executivo falou também sobre a concorrência no mercado de energia. De acordo com Ferreira Junior, a Eletrobras melhorou a competitividade. No entanto, mesmo assim a empresa ainda não é referência no tema, mesmo com seu tamanho e representatividade.
“Precisamos melhorar mais, existem evoluções, temos um plano, que no momento de privatização vai ser compartilhado”, declarou o presidente da estatal.
Além da privatização, o executivo falou sobre comercialização de energia a automação como outras formas de elevar a competitividade da estatal.
União terá cerca de 45% da Eletrobras após privatização
Ferreira Júnior disse, no início de dezembro do ano passado, que a União manterá uma participação de aproximadamente 45% na estatal após a privatização.
Saiba mais: União ficará com cerca de 45% da Eletrobras após privatização, diz CEO
“O governo vai ficar com menos de 51%. Ele não vai acompanhar o aumento de capital. Ele vai ficar com um enorme estoque, uns 45%”, declarou o CEO na ocasião.
O presidente da Eletrobras ressaltou que após a desestatização, a empresa irá analisar oportunidades para investir em outros países da América Latina. Ademais, segundo Ferreira Júnior, a empresa está analisando alternativas de integração para geração e transmissão de energia na América do Sul.