Privatização da Eletrobras teria aprovação de 50% dos parlamentares
Diferente da fala do presidente do Senado Federal, de que a Eletrobras não terá voto suficiente para privatização, uma pesquisa revelou que 50,5% dos parlamentares são a favor da desestatização da companhia.
A sondagem foi feita com 247 deputados federais e senadores entre os dias 23 de setembro e 8 de outubro. Apenas 36,5% se demonstraram contrários a privatização da Eletrobras, 11,1% informaram não serem contra nem a favor e 1,9% não souberam ou quiseram responder. A margem de erro é de cinco pontos percentuais para mais ou menos.
A pesquisa foi encomendada pelo Studio Investimentos ao Instituto FSB Pesquisa e divulgada pelo jornal “Valor Econômico”.
Em setembro, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, havia afirmado que a proposta da privatização não teria votos suficientes na Casa. Segundo Alcolumbre, cerca de 48 senadores nordestinos e nortistas, “inclusive eu”, eram contra a desestatização da companhia.
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“Se você me perguntar hoje, qual seria uma empresa que com muita dificuldade seria privatizada seria a Eletrobras. Se o governo continuar insistindo em colocá-la como o primeiro passo, acho que pode acabar prejudicando as outras empresa estatais [cuja venda] seria importante para nossa modernização”, disse o presidente durante um evento realizado pelo “Valor Ecônomico” e “O Globo”.
No entanto, a pesquisa revela que a declaração do presidente do Senado, é verdadeira, porém, não comprometedora a ponto de não haver votos suficientes. As bancadas do Norte e do Nordeste são menos favoráveis do que outras regiões, mas, os números demonstram que não impossibilitariam os planos do governo
Porcentagem das bancadas por região de aprovação da privatização:
- Norte: 36,9%
- Nordeste: 41,5%
- Sul: 55,6%
- Sudeste: 56%
- Centro-Oeste: 73%
Privatização da Eletrobras
Na última pesquisa, realizada em 2017, sob o governo de Michel Temer, declaravam-se favoráveis 52,7% dos parlamentares e os opositores eram 43,6%. Desse modo, conclui-se que os contrários estão sete pontos percentuais abaixo, refletindo um Congresso de viés mais liberal.
“É um bom ponto de partida, levando em conta não temos ainda nem sequer um projeto tramitado. Fica a sensação de que o maior desafio será colocar esse projeto realmente em votação, fazê-lo passar pelo funil do Congresso, já que existem muitas agendas paralelas concorrendo, algumas delas com protagonismo, como a reforma tributária”, afirmou a gestora da Studio, Beatriz Fortunato.
A gestora fez menção de que ainda não há um projeto no Congresso, enviado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, para a votação da privatização da Eletrobras.