O modelo de capitalização da Eletrobras ainda não foi definido pela equipe do governo, afirmou nesta quarta-feira (23) o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
A declaração foi dada após jornalistas questionarem se o governo irá ceder o controle acionário da Eletrobras.
“Não tenho uma ideia pré-concebida, não recebi nenhuma orientação com relação a esse tema. Ele (o presidente Jair Bolsonaro) apenas disse que temos que tornar a Eletrobras uma empresa com capacidade para voltar a investir”, afirmou o ministro.
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Além disso, Albuquerque voltou a dizer que irá dar prosseguimento as capitalizações iniciadas pelo governo Temer.
“Falei na minha posse que iríamos continuar com o processo de capitalização da empresa e vamos continuar. Estamos discutindo como implementar isso da melhor forma possível”, disse Albuquerque.
Bento Albuquerque tem mantido encontros semanais com o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, para discutir o tema. Ainda de acordo com o ministro, a privatização da estatal envolve outros ministério e setores do governo.
“Isso não é apenas um problema do ministério com a Eletrobras, envolve outros órgãos do MME e áreas do governo, e esse modelo vai ser uma decisão consensual entre todos os interessados”, acrescentou Albuquerque.
No início do mês, Ferreira Junior disse que a capitalização é necessária para alavancar os investimentos na estatal. “O processo de capitalização é necessário; o próximo passo da Eletrobras é o da capitalização”, disse.
Modelo de capitalização
O projeto de capitalização foi anunciado pelo ex-presidente Michel Temer ainda em 2016. Ele pretendia reduzir a participação do governo até ultrapassar a marca de 50%. Desta forma, o estado brasileiro perderia o controle direto da estatal.
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Em janeiro de 2018, Temer enviou uma proposta para o Congresso Nacional apresentando o modelo de privatização da Eletrobras. O projeto previa, justamente, a venda gradual do capital da empresa. Assim, o controle majoritário da estatal se tornaria privado.