Eletrobras (ELET6): Coronavírus deve atrasar privatização, diz CEO
O avanço da pandemia do novo coronavírus (covid-19) poderá atrasar o projeto de privatização da Eletrobras (ELET6). A informação foi divulgada nesta segunda-feira (30) pelo presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr.
O executivo estimou que a privatização, prevista para esse ano, deve acontecer apenas em 2021. “Por óbvio, o covid-19 prorroga isso por um tempo, é natural. Entendemos que isso deve ficar um pouco mais para a frente”, afirmou o presidente da Eletrobras.
De acordo com Ferreira Jr., a pandemia trará uma série de consequências para o setor de energia. Entre elas, a crise trará problemas de liquidez para os distribuidores de energia por conta da queda da demanda. Além disso, o executivo ressaltou que consumidores poderão ter dificuldades para pagar suas contas, até mesmo por conta do fechamento das lotéricas.
Como forma de minimizar os impactos da crise, o presidente da estatal de energia afirmou que o governo poderia realizar empréstimos para as distribuidoras de energia. Estas concessões ocorreriam, segundo Ferreira Jr., por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Contudo, o CEO da Eletrobras destacou que o governo e as companhias de distribuição já estão discutindo quais serão as melhores formas de conter as consequências da pandemia para o setor.
O governo planejava receber R$ 16,2 bilhões com a venda da sua parcela da estatal, como forma de aliviar as contas públicas.
Resultados da Eletrobras em 2019
A Eletrobras informou na última sexta-feira (27) que registrou uma queda de seu lucro líquido de 20% em 2019. O valor totalizou R$ 10,744 bilhões no ano passado, contra os R$ 13,348 bilhões obtidos em 2018.
Saiba mais: Eletrobras (ELET6) registra lucro em queda de 20% em 2019
Entre outubro e dezembro do ano passado o lucro da estatal de energia caiu ainda mais, de 77,3%. O montante obtido no último trimestre de 2019 foi de R$ 3,12 bilhões, contra os R$ 13,752 bilhões obtidos no mesmo período de 2018.
Essa forte queda no resultado da Eletrobras foi influenciado pelos efeitos não recorrentes positivos registrados em 2018. Entre os quais a reversão de impairment e contrato oneroso da Eletronuclear de R$ 7,2 bilhões.