A XP Investimentos deu início a sua cobertura em Eletrobras (ELET3) dando recomendação de compra e vendo a empresa como favorita no setor.
O preço-alvo estipulado para as ações da Eletrobras é de R$ 71, o que implica potencial de alta de 55% dado o fechamento do último pregão.
Os analistas vão direto ao ponto e resumem sua tese de investimentos “em poucas palavras”.
“A Eletrobras está barata e há vários upsides não mapeados”, cravam Herbert Suede, Maíra Maldonado e Marcella Ungaretti.
A Eletrobras é considerada pelos analistas como uma empresa privada operando repetidamente abaixo dos níveis de eficiência por anos, pronta para implementar todas as iniciativas necessárias para redução de custos — coisa difícil de se encontrar no setor, devido a sua natureza regulada.
A recente eleição de Wilson Ferreira Júnior para o cargo de CEO é sinal de que mudanças devem acontecer rapidamente.
“Sua longa trajetória no setor e experiência recente na companhia apontam para isso”, diz a XP.
Além disso, a XP enxerga na Eletrobras:
- um enorme potencial de crescimento derivado de iniciativas de redução de custos;
- a existência de ineficiências fiscais fáceis de resolver;
- a forte geração de caixa e inúmeras alternativas de investimento com retornos atrativos;
- o processo de privatização recente com mudanças substanciais em andamento que deverão impulsionar os retornos.
Os riscos envolvendo a ex-estatal existem, mas não são incontroláveis — o mais proeminente é de que a Eletrobras não consiga alocar a energia descontratada derivada da migração do regime de cotas para o regime de produto independente a preços favoráveis.
“Para lidar com esse risco, esperamos que a companhia desenvolva ou adquira uma comercializadora no curto prazo“.
No que se refere a fusões e aquisições, a Eletrobras tem várias oportunidades, mas quase todas estão concentradas no lado da venda.
Os analistas da XP esperam que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica tenha cautela ao analisar eventuais operações, devido ao tamanho da companhia no mercado.
“A Eletrobras já é uma gigante e, como tal, esperamos maior escrutínio do Conselho Administrativo de Defesa Econômica”.
Os analistas da XP enxergam a Eletrobras como um “investimento atrativo”, com uma taxa interna de retorno real de 11,9%.