Eletrobras (ELET3): demanda para o uso do FGTS na compra de ações chega a R$ 7,5 bilhões
A Eletrobras (ELET3) registrou uma demanda intensa de investidores que utilizaram o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) na compra de ações: ultrapassou o limite estabelecido pelo governo, de R$ 6 bilhões.
O pedido de reserva de ações da Eletrobras com o saldo do FGTS terminou nesta quarta-feira (8), ao meio-dia. De acordo com a apuração realizada pelo jornal Estado de S. Paulo, o total ficou em cerca de R$ 7,5 bilhões. Ou seja, por causa do limite, os valores solicitados individualmente por investidores pessoas físicas serão cortados.
Em caso de demanda maior que o teto, o prospecto da oferta aponta um máximo de R$ 50 mil por trabalhador, de forma que o número de pedidos de reserva consigam ser atendidos completamente, antes da necessidade de um rateio.
Conforme o documento, se ainda assim o corte for necessário, todos os pedidos serão atendidos com uma pequena redução ao valor desejado. Porém, o tamanho do corte dependerá do valor oficial da demanda.
Foi estabelecido que o trabalhador poderia utilizar, no máximo, metade do saldo do FGTS, sendo o aporte mínimo de R$ 200 para reservar ações da estatal. Dessa forma, quem tiver saldo de R$ 40 mil no FGTS só poderá destinar R$ 20 mil para a compra das ações da Eletrobras. No caso de o empregado ter mais de uma conta no FGTS, poderá usar até 50% do saldo de cada uma.
A demanda intensa vista pelo mercado se deve ao fato de que há possibilidade de uma maior rentabilidade do investimento, já que o FGTS rende 3% ao ano, valor muito abaixo da inflação atual – que já bate 7,89% ao ano, na última medição feita em abril.
O trabalhador que participar da oferta não poderá vender os papéis antes de 12 meses.
Na próxima quinta-feira (9) haverá a precificação das ações da Eletrobras e a oferta deve movimentar aproximadamente R$ 35 bilhões. Quando o processo chegar ao fim, o governo deixará, oficialmente, de ser o controlador da empresa.
Essa não é a primeira vez que os trabalhadores poderão utilizar parte do saldo do FGTS para comprar ações. Antes da Eletrobras, isso foi realizado com Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4).
Variação e riscos
O trabalhador deve ficar atento aos riscos da operação. Como o mercado de ações é variável, os papéis da Eletrobras estarão sujeitos às oscilações do mercado financeiro.
Será preciso ter paciência e observar a evolução dos papéis no longo prazo, antes de vender as ações quando as cotações baixarem e houver prejuízo.
O investimento tem prazo mínimo de um ano. Quem comprar ações da Eletrobras com o FGTS terá de esperar pelo menos 12 meses para se desfazer dos papéis.
Após a venda, o dinheiro voltará para a conta do FGTS e só poderá ser sacado nas regras atuais, como demissão sem justa causa, financiamentos de imóveis, doenças graves ou o saque aniversário (saque que ocorre uma vez por ano em troca de não ter direito a receber o saldo em caso de demissão).
Assim como nos demais investimentos em mercado de capital, haverá a cobrança de 15% de Imposto de Renda. A alíquota incidirá sobre os rendimentos auferidos entre a data de aplicação e a data de resgate que excederem à remuneração da conta vinculada do FGTS de cada participante.
Última cotação da Eletrobras
A ação ordinária da Eletrobras encerrou a quarta (8) em alta de 0,81%, a R$ 42,14. No ano, acumula ganhos de 29,12%.