O ex-presidente da Eletrobras (ELET3), Wilson Ferreira Junior, viu a sua gestão acabar sem a definição de um substituto e sem a publicação do balanço do quarto trimestre 2020, fugindo dos planos do conselho e da diretoria. O clima dentro da empresa, porém, segundo o jornal Valor Econômico, é de que “tudo está encaminhado”.
A comissão interna de nomeação do novo diretor-executivo (CEO) da Eletrobras trabalha em conjunto com a consultoria Korn Ferry e já chegou a uma lista com seis nomes possíveis para assumir o cargo: metade deles já são funcionários da empresa e metade seria do mercado. O atual presidente do conselho, Ruy Schneider, diferente dos boatos, não compõe a lista.
A comissão de nomeação deve agora sondar os nomes para definir o interesse e, posteriormente, diminuirá a lista, que deve contar, no máximo, com três nomes. Estes, mais tarde, serão levados ao board para a decisão.
Na Eletrobras, assim como na Petrobras (PETR4), a definição do CEO ocorre de maneira simultânea à eleição do conselho, uma vez que o presidente da empresa deve, necessariamente, ser membro da mesa.
Até agora, segundo o Valor Econômico, ainda não houve qualquer interferência de Brasília na formação da lista, com os conselheiros que representam o Ministério da Economia e o Ministério da Energia alinhados aos demais membros.
Eletrobras adiou balanço, que não contará com assinatura de ex-CEO
A Eletrobras tentou adiantar duas vezes a divulgação do seu balanço do quarto trimestre para conseguir que Wilson Ferreira Junior assinasse o documento e realizasse a sua última teleconferência antes de deixar o cargo. Primeiramente, a publicação dos resultados estava prevista para o dia 11, mas foi adiada para ontem (16) e, agora, acontecerá apenas na próxima sexta-feira (19).
Ferreira também adiou a sua saída da Eletrobras, marcada da primeira vez para o dia cinco de março, para conseguir realizar o último evento. Com o novo adiamento, porém, Ferreira deixa o cargo e a companhia definiu a diretora financeira e de RI, Elvira Cavalcanti, como CEO interina.
A impossibilidade da Eletrobras em adiantar seu relatório teria sido em parte por conta da falta de consolidação dos balanços das subsidiárias e holdings.