Eletrobras (ELET3) vai subindo com expectativa de privatização; relator dará parecer até sexta
O senador Marcos Rogério (DEM-RO), relator da Medida Provisória (MP) da privatização da Eletrobras (ELET3), pretende entregar o seu parecer sobre o texto até o fim desta semana. A expectativa sobre a privatização tem gerado um impacto positivo sobre o papel, que acumula alta mensal de 19,66%, cotado a R$ 45. Vale lembrar que a ação começou o ano na casa dos R$ 35 e chegou a cair para R$ 27 em fevereiro.
Segundo o parlamentar, a ideia é levar o texto a plenário na quinta-feira (10) ou no início da semana que vem. O relator, na tarde de terça (8), se encontrou com o ministro da economia, Paulo Guedes. Ambos falaram à imprensa após o encontro.
“Vamos apresentar um relatório que vai procurar reunir as convergências. E nos pontos que houver divergências, vamos submeter a voto. Mas o nosso esforço, num compromisso que fiz com o ministro Paulo Guedes, é de apresentar o relatório ainda esta semana e votarmos, se não na quinta-feira, no início da próxima semana”, disse o relator.
Além disso, o senador afirmou que vai tentar deixar o texto mais próximo do que foi aprovado na Câmara.
“Não descarto a possibilidade de acolher emenda. É prerrogativa dos senadores sugerir melhorias, faz parte do processo. Mas o nosso esforço é trabalhar com o texto que veio da Câmara, e que há um entendimento com o governo, sem grandes alterações”.
Auxílio emergencial
Na saída do encontro, Guedes foi questionado por jornalistas sobre uma possível prorrogação do auxílio emergencial. Ele afirmou que a decisão é do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e do ministro da Cidadania, João Roma, e que cabe a ele fazer os cálculos de impacto nos cofres públicos.
Segundo ele, cada mês de pagamento do auxílio traz um gasto de R$ 9 bilhões. O auxílio atual está previsto até o mês de julho.
Guedes citou uma “expectativa geral” de que todos os brasileiros adultos estejam vacinados em “dois, três meses” e, com isso, o auxílio seria necessário até setembro.
“Existe uma expectativa geral de que nos próximos dois, três meses a população adulta brasileira esteja toda vacinada. E é o ritmo da pandemia que dita a necessidade de extensão do auxílio emergencial. Dois meses a mais, seriam R$ 18 bilhões [a mais]”, disse o ministro da economia.
Ele acrescentou que esse valor cairia para R$ 11 bilhões por causa de R$ 7 bilhões que sobraram do último auxílio pago pelo governo.
Hoje, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que sua prioridade no comando da pasta é aumentar a vacinação no país e que o esforço é para vacinar toda a população adulta até o final do ano.
Privatização da Eletrobras é “esquisita”, diz especialista
Na noite do dia 19 de maio a Câmara aprovou a MP que prevê a desestatização da estatal do setor de energia, prevendo um modelo que, no fim das contas, amplia a oferta de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e reduz a detenção da União em relação aos papéis.
Contudo, o Estado ainda mantém a golden share – uma fatia de ações preferencial que garante que o governo brasileiro possua o poder de veto para questões estratégicas.
Ainda assim, esse modelo não foi recebido com amplo aceite pelo mercado, recebendo algumas críticas e análises negativas de especialistas.
“É uma privatização esquisita”, pontuou Rodrigo Leite, professor de Finanças e Controle Gerencial do Coppead/UFRJ. “Sui generis”, acrescentou o docente, em entrevista ao Suno Notícias.
Desempenho das ações
No fechamento do pregão desta terça-feira (8), os papéis da companhia apresentavam queda de 2,65%, apesar da alta no acumulado mensal.
Deste modo, os papéis da Eletrobras apresentam preço de R$ 45,23 por ação ordinária, com volatilidade estimulada pela discussão sobre a privatização.
Com informações da Agência Brasil