Presidente da Eletrobras (ELET3), Wilson Ferreira Jr. renuncia ao cargo; veja quem vai comandar a empresa

O presidente da Eletrobras (ELET3) Wilson Ferreira Jr. renunciou ao cargo nesta segunda (14), informou a empresa em fato relevante.

O presidente do Conselho de Administração da Eletrobras, Ivan Monteiro, foi eleito para substituir Wilson na cadeira de comando da empresa.

Monteiro será substituído por Vicente Falconi na presidência do Conselho.

Wilson pediu demissão um ano depois de assumir o cargo de CEO da Eletrobras, após a privatização da Eletrobras.

Ferreira Júnior foi ex-presidente da Vibra (VBBR3).

Ferreira Jr. havia comandado a Eletrobras ainda como estatal entre 2018 e 2021. Ele é tido como a cabeça por trás da reestruturação da elétrica e sua preparação para a privatização, pautada em aumento de eficiência, enxugamento e redução de alavancagem.

Wilson Ferreira Jr. deixou a presidência da Vibra em meados de julho. Seu retorno à Eletrobras foi visto como um desfecho da transição da companhia para uma “corporation”, após a confirmação de um conselho com nomes alinhados à lógica de mercado e especificamente à visão de Ferreira Jr. sobre a empresa.

Segundo o jornal O Globo, Wilson disse que renunciou ao cargo de presidente da Eletrobras por “questões pessoais”.

A saída de Ferreira Jr. coincide com um período de pressão do governo contra o processo de privatização da Eletrobras.

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AGU contestou participação acionária da União na Eletrobras

Em junho a Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para defender a suspensão de dispositivos da Lei 14.182 de 2021, norma que autorizou a privatização da Eletrobras, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro.

No documento enviado nesta quinta-feira (15) ao Supremo, o órgão diz que um grupo minoritário, que detém 0,05% das ações da Eletrobras, indicou três representantes para o Conselho de Administração, enquanto a União, dona de 42% das ações, não fez nenhuma indicação.

Com base nas argumentações, a AGU voltou a defender a concessão de liminar para suspender o modelo criado pela privatização da companhia, que reduziu participação da União nas votações do conselho da empresa. A lei proibiu que acionista ou grupo de acionistas exerçam poder de voto maior que 10% da quantidade de ações.

“O risco e a urgência necessários ao deferimento da medida cautelar foram devidamente demonstrados, seja em razão dos graves obstáculos que a União vem sofrendo na gestão da empresa, seja devido ao elevado investimento público ainda existente na Eletrobras, empresa que possui atuação imprescindível e estratégica no setor energético nacional”, diz a manifestação.

O modelo de participação acionária é contestado por ação direta de inconstitucionalidade protocolada no início do mês passado.

A AGU ressalta que o objetivo da ação não é reestatizar a Eletrobras, mas resguardar o interesse público e os direitos de propriedade da União.

Segundo O Globo, Ferreira Jr. não tem trânsito entre integrantes do governo e não se dava bem com os membros do Conselho de Administração da Eletrobras. Monteiro, de acordo com o jornal, tem ligação com o Executivo: no Banco do Brasil (BBAS3), ele foi vice-presidente de Finanças, Mercado de Capitais e Relações com Investidores em 2009, durante o segundo governo Lula. Ocupou ainda o cargo de presidente da Petrobras (PETR4), quando Michel Temer assumiu a presidência, e já trabalhou como presidente do conselho de Administração do Credit Suisse no Brasil.

Com Agência Brasil

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Marco Antônio Lopes

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