Eletrobras (ELET3): privatização deve “gerar valor significativo para as ações”, diz GS
Em sessão realizada nesta quarta (15), o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a primeira etapa do modelo de privatização da Eletrobras (ELET3). Embora o tribunal ainda precise votar a modelagem da própria oferta, a aprovação foi bem recebida pelo mercado, fazendo as ações dispararem mais de 6% com a notícia.
Com isso, analistas ficam na expectativa da conclusão do processo de privatização antes de ajustar suas perspectivas para o desempenho dos papéis da elétrica.
O Goldman Sachs diz em relatório, mesmo sem a certeza sobre o sucesso do processo de privatização da Eletrobras, que cenário de capitalização bem-sucedido poderia gerar valor significativo para a companhia.
Assim, o banco manteve a recomendação de compra das ações ordinárias (ELET3) ao preço-alvo de R$ 48 até o final de 2022, representado uma valorização potencial de 36,5%. Para as ações preferenciais classe B (ELET6), o preço-alvo foi definido em R$ 53, valorização de 53,2%.
O governo aposta que a oferta de capitalização ocorrerá no primeiro semestre do ano. Diz o Goldman: “Observamos que 2022 é ano eleitoral no Brasil, o que pode trazer volatilidade aos mercados e potencialmente aumentar a complexidade para a realização de uma oferta potencial tão grande”.
Lembrando que em outubro de 2021 o governo apresentou o modelo de capitalização, com valor de referência para a oferta primária de R$ 23,2 bilhões, que foi o mesmo valor de pagamento ao governo pela renovação da concessão das usinas hidrelétricas.
O objetivo do governo é reduzir sua participação votante para abaixo de 45% com a oferta primária. Se a oferta for insuficiente para reduzir neste nível, o projeto de lei de capitalização também permite a possibilidade de realizar uma oferta secundária de tamanho suficiente para atingir a participação proposta.
Sobre o valor, o ministro-revisor Vital do Rêgo apontou em seu voto falhas na modelagem econômico-financeira estruturada pelo governo.
De acordo com o voto, o erro na estimativa do preço de energia de longo prazo, isoladamente, gerou uma subavaliação da ordem de R$ 46 bilhões. Considerando apenas o ajuste em relação à potência, os dados indicam que o valor adicionado dos novos contratos de hidrelétricas da estatal que serão assinados com a União no processo de privatização seria de R$ 113 bilhões.
Última cotação da Eletrobras
As ações da Eletrobras encerraram o pregão desta quinta em alta de 0,28%, cotado a R$ 35,18. Apenas este ano, os papéis da companhia acumulam valorização de 7,81%.