Ontem (19), a privatização da Eletrobras (ELET3; ELET6) deu mais um passo adiante, quando o Conselho do Programa de Parceria para Investimentos (CPPI) aprovou a resolução que define o modelo de desestatização da companhia. Na avaliação do Safra, “o processo tem boas chances de ser concluído com sucesso no prazo estimado.”
Além disso, o Safra reforçou, em relatório divulgado nessa quarta-feira (20), que mantém sua classificação de compra para a Eletrobras, “pois acreditamos que a privatização trará vários benefícios para a empresa, como plano de desinvestimento, programas de redução de custos, melhor alocação de capital, e melhor gestão de passivos.”
O Goldman Sachs, por sua vez, destacou que não tem uma visão sobre o sucesso do processo, mas reconhece que um cenário de capitalização bem sucedida “poderia desbloquear um valor significativo para a Eletrobras.”
O Goldman explica que a criação de valor tende a vir das renovações de concessões em termos de mercado, de maiores ganhos de eficiência operacional e melhorias na percepção dos investidores. “Em nossas estimativas, somente as renovações de concessões poderiam gerar R$ 28-33 bilhões em VPL para a Eletrobras”, destacou o relatório assinado por Pedro Manfredini e Flavia Sounis,
O banco de investimentos também reforçou sua classificação de compra para a empresa, com preço alvo em R$ 48 para as ações ELET3 e de R$ 53 para ELET6.
A ELET3 fechou em queda de 3,35%, valendo R$ 37,84, enquanto a ação ELET6 caía 3,26%, cotada a R$ 37,98.
De acordo com o CPPI, a conclusão do processo de privatização da Eletrobras deve acontecer no primeiro trimestre do ano que em, e o Safra lembra que as próximas fases seriam:
- Aprovação do Tribunal de Contas de União (TCU) do valor da outorga;
- Aprovação dos acionistas da Eletrobras para a capitalização da empresa;
- Reestruturação societária da Eletronuclear e Itaipu;
- Aprovação do TCU dos termos de capitalização;
- Ofertas primárias e secundárias eficazes
CPPI aprova modelo de privatização da Eletrobras
Os empregados e aposentados da Eletrobras e de suas subsidiárias terão prioridade na compra de até 10% das ações no processo de privatização da companhia, conforme o CPPI definiu nesta terça.
Além da preferência para funcionários, o CPPI autorizou que até R$ 6 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) sejam usados para pessoas físicas comprarem ações da estatal. Cada investidor individual poderá gastar a partir de R$ 200 do saldo da conta do FGTS para adquirir participação na empresa.
Também será permitido que qualquer pessoa física residente no Brasil compre indiretamente ações da Eletrobras por meio de cotas de fundos mútuos de privatização, que podem ser adquiridas por até 50% do saldo da conta no FGTS. Esses fundos reúnem o valor arrecadado e compram papéis da estatal de energia.
A privatização ocorrerá em duas etapas. Primeiramente, a Eletrobras fará um processo de capitalização, emitindo novas ações que podem ser compradas no mercado primário, até diluir a participação da União na empresa. Segundo o CPPI, essa etapa permitirá a injeção de dinheiro de investidores privados na companhia.
Apenas se a participação direta e indireta da União não cair para menos de 45% após a oferta primária de ações, a União venderá papéis da companhia no mercado secundário, quando ações já lançadas no mercado trocam de donos. Em nota, o CPPI informou que a União continuará a ser a principal acionista da Eletrobras, mesmo perdendo a maioria na empresa.
Com informações da Agência Brasil