Eletrobras (ELET3) está se movendo na direção certa, com controle de despesas, dizem analistas; ações sobem no Ibovespa
A Eletrobras (ELET3) encerrou o quarto trimestre de 2023 (4T23) com lucro líquido de R$ 893 milhões. Para o Safra, os resultados operacionais ainda estão fracos, com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) sendo impactado por vários itens não recorrentes negativos que prejudicaram as margens. No entanto, os analistas elogiaram a queda das despesas recorrentes, o que evidencia um avanço no programa de restruturação da empresa.
“O Ebitda ajustado da Eletrobras no 4T23 foi de R$ 5,6 bilhões, um aumento de 5,0% em relação ao ano anterior, impulsionado pelos bons resultados da área de geração e pelo bom desempenho recorrente de custos”, explica o Safra.
Segundo analistas, o crescimento da receita da Eletrobras foi impulsionado pelo bom desempenho nas áreas de geração e transmissão foi devido a ajustes contratuais para inflação, reajustes tarifários e a consolidação de Teles Pires, Baguari e Retiro Baixo.
Por sua vez, os resultados da Eletrobras foram parcialmente compensados pelo fim de contratos industriais devido à Lei nº 13183/15. Os custos totais e despesas aumentaram 2,8% devido a provisões e itens negativos não recorrentes, como despesas com participação nos lucros, consultoria e impairment de ativos.
“Excluindo esses itens, os custos gerenciáveis e outras despesas ajustadas teriam sido 11% menores. Os resultados foram afetados pela menor renda de participações, mas os ganhos foram impulsionados por créditos tributários e o anúncio de juros sobre o patrimônio líquido”, diz o Safra.
O banco também destaca que a empresa publicou uma atualização da carteira de energia para o 4º trimestre de 2023, mostrando novos contratos e refletindo a integração de Teles Pires e outras unidades, além de melhorias na atividade de negociação.
Apesar dos desafios do passado, o Safra vê a companhia se movendo na direção certa. Por isso, o banco recomenda compra, com preço-alvo de R$ 54,40 para as ações da Eletrobras. Nesta quinta (14), os papéis da Eletrobras subiram 1,41% no Ibovespa, a R$ 44.
“Os resultados foram prejudicados por muitos itens não recorrentes, provisões e impairment, resultando em um fraco resultado operacional reportado. No entanto, os números ajustados foram positivos, beneficiando-se de iniciativas de controle de custos, programas de demissão voluntária e novas negociações para reduzir passivos”, conclui.
Eletrobras: companhia apresentou bom controle de despesas recorrentes, diz Itaú BBA
De acordo com o Itaú BBA, a Eletrobras teve um bom desempenho em termos de despesas controláveis recorrentes e mostrou uma redução significativa nas provisões de empréstimos compulsórios.
No lado negativo, os analistas dizem que a empresa apresentou um aumento significativo nas provisões totais no trimestre.
“O Ebitda recorrente ajustado (excluindo renda de participações, provisões e impactos não monetários) atingiu R$5,368 bilhões, abaixo de nossa estimativa de R$5,817 bilhões, devido a maiores provisões recorrentes, principalmente relacionadas à Amazonas D”, aponta o BBA.
A casa destaca que, mais uma vez, a Eletrobras relatou uma redução significativa nos empréstimos compulsórios registrados, agora em R$17,2 bilhões. Essa redução foi causada principalmente por acordos legais no trimestre, refletindo o processo de recuperação da Eletrobras em andamento.
“O controle de custos sólidos, em linha com nossas expectativas, foi observado. As despesas PMSO recorrentes diminuíram 27% em relação ao ano anterior, principalmente devido à redução de pessoal e despesas de terceiros. Destacamos a diminuição significativa nas despesas de terceiros, mesmo incluindo quase R$ 80 milhões em custos não recorrentes relacionados a serviços de consultoria da divisão de recuperação”, afirma o BBA, que tem recomendação neutra para as ações (preço-alvo de R$ 59,6).
Eletrobras reverte prejuízo e registra lucro líquido
Segundo balanço divulgado na manhã desta quinta-feira (14), a Eletrobras encerrou o quarto trimestre de 2023 com lucro líquido de R$ 893 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 479 milhões apurado no mesmo intervalo de 2022. No acumulado de 2023, o lucro foi de R$ 4,395 bilhões, resultado 21% maior que o registrado no ano anterior.
De acordo com o balanço da Eletrobras, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) somou R$ 1,055 bilhão no quarto trimestre, uma queda de 26% ante o apurado um ano antes. No ano, o Ebitda da Eletrobras somou R$ 17,020 bilhões, o que representa uma alta de 49% ante o ano anterior.
Já o Ebitda regulatório recorrente somou R$ 5,642 bilhões entre outubro e dezembro, uma alta de 5% ante um ano. Em 2023, o Ebitda somou R$ 21,522 bilhões, um avanço de 19% ante 2022.
A Eletrobras no 4T23 apresentou alta de 10% na receita operacional líquida ante igual período do ano anterior, para R$ 9,922 bilhões, refletindo principalmente o aumento das receitas de transmissão. No acumulado do ano, a receita totalizou R$ 37,159 bilhões, um crescimento de 9% ante o ano de 2022.
No 4T23 da Eletrobras, o resultado financeiro ajustado ficou negativo em R$ 2,269 bilhões, principalmente pelos maiores encargos de dívidas, pela atualização monetária das obrigações com a CDE e a revitalização de bacias hidrográficas.
A dívida bruta da Eletrobras alcançou R$ 60,8 bilhões no quatro trimestre do ano passado, redução de R$ 9,7 bilhões em relação ao terceiro trimestre e aumento de R$ 1,7 bilhão em comparação ao mesmo intervalo do ano anterior.
A dívida líquida ficou em R$ 41,763 bilhões ao final de dezembro, ante dívida líquida de R$ 39,107 bilhões apurada ao final do terceiro trimestre.
Nos últimos três meses de 2023, os investimentos da Eletrobras totalizaram R$ 4,632 bilhões, montante 148% superior ao investido no trimestre anterior. No ano, os investimentos totalizaram R$ 9,018 bilhões, um crescimento de 60% em relação a 2022.
Cotação
Na tarde desta quinta-feira (14), as ações da Eletrobras sobem cerca de 1,89%, cotadas a R$ 44,21.
Cotação ELET3
