Após o presidente da República Jair Bolsonaro indicar Rodrigo Limp Nascimento ao cargo de presidente da Eletrobras (ELET3), o mercado reagiu bem à notícia. As ações ordinárias da estatal avançam quase 3,50% às 11h40, sendo vendidas a R$ 33,39, ao mesmo tempo em que o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, opera estável, subindo apenas 0,05%, a 112.170 pontos.
Apesar de a indicação esbarrar na questão da governança corporativa – com o Governo Federal passando por cima da assessoria Korn & Ferry, contratada para trabalhar na seleção de nomes – o nome de Limp foi visto como uma boa opção pelo fato de ele ter demonstrado, com atitudes anteriores, ser a favor das privatizações.
“O novo diretor-executivo (CEO) tem postura pró-privatização e boa circulação política, o que pode mitigar os efeitos negativos provenientes da escolha sumária por parte do Executivo”, afirma Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.
Experiência política de novo presidente da Eletrobras sugere empenho em privatização
O novo presidente da Eletrobras é, atualmente, secretário de energia elétrica do Ministério de Minas e Energia e foi ainda diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica, entre março de 2018 e maio de 2020.
Durante quatro anos, ele foi também consultor legislativo da Câmara dos Deputados na área de Recursos Minerais, Hídricos e Energéticos – o que termina de ilustrar a experiência de Limp em ambientes políticos. Essa habilidade, para o mercado, pode indicar maior empenho do governo em privatizar a estatal.
“É destaque sua experiência como assessor na Câmara dos Deputados, o que acreditamos que pode facilitar a comunicação entre governo, Congresso e Eletrobras, principalmente em um momento em que a privatização vai a voto”, disse o Goldman Sach, em relatório.
O Ministério de Minas e Energia, em nota, afirmou que a indicação de Rodrigo Limp à presidência da Eletrobras reforça o compromisso do governo na continuidade das ações visando o aumento da eficiência operacional e o aprimoramento da estratégia de sustentabilidade da companhia.
“Analisando friamente a pessoa indicada à presidência da Eletrobras, apesar da questão da governança, o Limp é alguém preparado para o cargo, com uma trajetória profissional relevante e com boa experiência no setor elétrico. De certa forma, cobre os pré-requisitos para o cargo” diz Thomas Giubert, economista e sócio da Golden Investimentos. “Para mim, a interpretação é de que o mercado irá seguir o jogo’”, finaliza.
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