Eletrobras (ELET3) tem nota ‘AA’ mantida pela Fitch, apesar de visão pessimista
A Fitch reafirmou a nota de crédito da Eletrobras (ELET3) em “AA” com perspectiva negativa. A decisão da agência de classificação de risco reflete a sua expectativa de geração de caixa adicional modesta proveniente da venda de energia não contratada, mesmo com a recente melhoria nos preços.
Apesar das expectativas de melhores preços de energia e potenciais sinergias da privatização, a Fitch prevê que o caixa livre continuará negativo
A Fitch destaca que, apesar das expectativas de melhores preços de energia e potenciais sinergias da privatização da Eletrobras, gastos decorrentes do processo de desestatização e um robusto plano de investimentos continuarão resultando em fluxo de caixa livre negativo.
Para 2024, espera-se que o fluxo de caixa operacional alcance R$ 5,7 bilhões, aumentando para R$ 6,3 bilhões em 2025.
Fitch avalia Eletrobras (ELET3) com baixas expectativas
Segundo relatório da Fitch divulgado na sexta-feira (24), a nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira permanece em “BB-“, aplicável às emissões internacionais.
O rating nacional também foi confirmado em “AA” tanto para a Eletrobras quanto para sua subsidiária Chesf.
O Ebitda projetado é de R$ 14,2 bilhões para 2024 e R$ 13,3 bilhões para 2025.
A avaliação da Fitch considera a significativa e diversificada base de ativos da Eletrobras, que dilui riscos operacionais e regulatórios.
No entanto, a alavancagem deve permanecer alta, atingindo um pico de cerca de cinco vezes em 2025. Esse risco é mitigado parcialmente pela forte liquidez e um cronograma de vencimento da dívida administrável.
A capacidade elevada de geração de energia não contratada expõe a ELET3 a riscos de preços de energia. A Fitch espera que a energia descontratada seja vendida a preços melhores, embora não aos níveis esperados antes da privatização, o que dificulta o cumprimento das obrigações financeiras decorrentes desse processo.
Nesta segunda-feira, as ações ELET3 negociam no negativo, a 0,02% cotadas a R$ 36,19 por papel, por volta das 15h de Brasília.
No ano, os papéis da Eletrobras sofrem com uma desvalorização de 12,89% em quase seis meses.