Eletrobras (ELET3): apesar de ação bilionária na Justiça, Goldman Sachs recomenda compra
O Goldman Sachs segue otimista com a Eletrobras (ELET3) apesar da notícia recente sobre uma ordem de execução para pagar R$ 6,8 bilhões.
Os analistas da casa deram um novo parecer sobre as ações da Eletrobras. Em fato relevante nesta semana, a companhia informou que recebeu uma ordem de execução da Justiça para pagar essa cifra bilionária por causa de um empréstimo compulsório.
Esse valor, de R$ 6,8 bilhões, corresponde a cerca de 6,7% do valor de Capitalização de Mercado (market cap) da Eletrobras.
Ainda assim, a recomendação do banco é de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 61 para os papéis ELET3. A cotação atual é de cerca de R$ 45.
Para as ações ELET6, os analistas miram R$ 67 ante uma cotação atual de R$ 47.
“A Eletrobras informou que recebeu liminar de execução com valor total de R$ 6,8 bilhões referente a empréstimos compulsórios que não estão inclusos nos R$ 26 bilhões em passivos listados nos seus balanços. Embora não tenhamos opinião sobre o resultado potencial deste processo, notamos que embora o valor pareça relevante, representando 6,7% do valor de capitalização de mercado da empresa (market cap), a companhia disse que tomará as medidas cabíveis em sua defesa, pois entende que a questão judicial é improcedente”, diz o Goldman Sachs.
“Consideramos isso, especialmente, porque houve decisão recente do STJ [Superior Tribunal de Justiça] em processo semelhante que culminou em decisão favorável à Eletrobras”, continuam os analistas.
Os preços mirados pelos analistas são baseados em um modelo que avalia o custo de capital médio de 8,8% em termos reais.
Na avaliação a casa leva em conta, além dos compulsórios, a questão hídrica.
“Os principais riscos para a empresa incluem qualquer resultado em relação aos empréstimos compulsórios que superam o atual valor patrimonial (book value), níveis hídricos piores do que o esperado, preços de energia inferiores às nossas estimativas de R$ 130 a R$ 170 por MWh, e despesas gerais e administrativas acima do esperado”, explica o Goldman Sachs.
Entenda o imbróglio da Eletrobras
Ainda na terça (6) a Eletrobras comunicou a questão da ordem de execução da Justiça para pagar R$ 6,8 bilhões do empréstimo compulsório de energia. A ação da Eagle Equity Funds corre na 1ª Vara de Execução de Títulos Extrajudiciais e Conflitos Arbitrais de Brasília.
No seu comunicado, a empresa afirmou que a ação é “infundada e que os valores não são devidos ao autor” e que adotará todas as “medidas cabíveis para a sua defesa na ação de execução”.
Os valores cobrados são referentes a supostos títulos executivos extrajudiciais emitidos nas décadas de 1960 e 1980. Esses títulos eram para pagamento do empréstimo compulsório de energia elétrica, segundo a Eletrobras.
Esse empréstimo compulsório ocorreu para custear expansões no setor elétrico, segundo a empresa, que reafirmou os R$ 26 bilhões de reais em provisões sobre processos de compulsórios no balanço da Eletrobras, segundo informações da Agência Reuters.
Desempenho de ELET3
Nos últimos 12 meses, os papéis da elétrica subiram 26,5%, catapultados pela privatização nos meses passados. Além disso, a empresa pagou 1,7% de dividend yield (DY) nos últimos 12 meses, segundo dados do Status Invest.
Em múltiplos, as ações da Eletrobras são negociadas a 18,45 em termos de preço sobre lucro e 1,32 em preço sobre valor patrimonial.