A Eletrobras (ELET3) informou nesta segunda-feira (6) que comunicou à ISA Cteep (TRPL4) a decisão de não estruturar, por ora, a oferta pública de distribuição secundária de ações preferenciais de emissão da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista detidas pela elétrica.
Segundo a companhia, “foi constatado que o volume de ações que a Eletrobras teria disponível para ser ofertado no momento estaria muito aquém do esperado para o seguimento imediato da operação”.
No último dia 1 de novembro, a Eletrobras disse que seu conselho de administração autorizou a estruturação de uma potencial oferta secundária de ações preferenciais de emissão da transmissora, mas que até aquele momento, não havia definição sobre seus termos e condições, incluindo a quantidade de ações a serem ofertadas ou o preço por ação.
Vale lembrar que a Eletrobras detém uma participação atual de 35,74% na ISA Cteep (TRPL4), incluindo 9,73% das ações ordinárias e 52,48% das ações preferenciais.
A Eletrobras já realizou uma transação análoga em meados de setembro, quando vendeu sua fatia na Copel (CPLE6) pela cifra de R$ 125 milhões.
Além disso, a empresa reduziu o número de Sociedades de Propósito Específico (SPEs), transformou subsidiárias em subsidiárias integrais, anunciou desinvestimentos em térmicas, reduziu sua força de trabalho e vendeu sua posição em outras empresas consideradas não estratégicas.
Eletrobras mira fatia maior em outras empresas
Ao mesmo tempo, a Eletrobras está buscando se tornar majoritária em empresas que considera estratégicas, caso do Linhão de Roraima, onde firmou acordo com a Alupar (ALUP11) para assumir o controle acionário.
Após rumores sobre o desinvestimento da Eletrobras, a empresa reiterou que busca a redução de suas participações minoritárias, enfatizando que sua participação na Cteep não é material para a empresa, representando apenas cerca de 2% de seus ativos.
Eletrobras (ELET3) deve pagar ‘dividendos robustos’ em 2024, estima Citi
Em relatório divulgado no fim do mês passado sobre as ações da Eletrobras, o Citi reiterou seu otimismo com a empresa, elencando uma série de motivos para comprar os papéis.
Atualmente o preço-alvo da casa para as ações da Eletrobras são de R$ 51, ao passo que os papéis negociam em bolsa a R$ 34,65.
Um dos motivos elencados pela casa para comprar as ações são os dividendos da Eletrobras. A projeção é de que a companhia crie uma política de proventos e remunere seus acionistas de forma robusta em 2024.
“Vemos o earnings yield médio da empresa entre 2025 e 2027 em 17,8%. Mesmo se usarmos um preço de R$ 90/MWh para o preço da energia, o earnings yield seria de 14%,” diz o Citi.
“Se o dividend yield se aproximar do earnings yield que esperamos, achamos muito provável que a ação performe bem”, completa.
Além disso, os especialistas destacam o valuation considerado descontado de ELET3. Os números mostram uma Taxa Interna de Retorno (TIR) real de 16,7%, sendo o mais atrativo do setor. Para efeitos de coperação, a Copel (CPLE6) negocia a cerca de 12% de TIR, ante 13,8% da Omega (MEGA3).
Outros motivos citados incluem a geração e os preços implícitos de energia, com o Citi destacando que o negócio de geração garante uma melhor proteção contra a inflação se comparado aos demais nichos de energia elétrica – como transmissão e distribuição.
“Geração, na nossa visão, é um mix de infraestrutura tradicional/utility com um negócio de commodities. Como todo player de commodity, o ideal é que o risco da commodity seja assimétrico”.
Dividendos da Eletrobras atualmente
Atualmente os dividendos da companhia representam um yield de 0,64%, conforme os dados do Status Invest.
Ou seja, foram R$ 0,22 pagos por ação ordinária da Eletrobras no acumulado dos últimos 12 meses.
Desempenho das ações da Eletrobras
Cotação ELET3