O ministro Paulo Guedes disse, nesta quarta-feira (23), que gostaria de uma “privatização clássica” da Eletrobras (ELET3), mas considera “compreensível” que a MP tenha sido formulada dessa forma, dadas as disputas políticas.
Para o ministro da Economia, caso a concessão da Eletrobras à iniciativa privada fosse realizada da maneira tradicional, ocorreria com um preço mais alto. Com maiores recursos, necessidades do País poderiam ser atacadas.
“Não vamos chorar muito pela Eletrobras porque a meta de liberalização de energia continua”, afirmou, em evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), onde representantes da indústria reclamaram que a aprovação do projeto pode aumentar o preço da energia para o setor.
De acordo com Paulo Guedes, os “jabutis maiores” foram abatidos de projeto da estatal e sobraram apenas alguns que vão “evaporar por serem menos eficientes”.
Jabuti é o termo utilizado para designar assuntos que são incluídos em projetos na tramitação no Congresso e não são relacionados ao tema central.
“A equipe econômica tomou cuidado de não ser arrastada para uma situação desfavorável para indústria brasileira”, garantiu o ministro.
Privatização da Eletrobras preocupa indústria
Em sua conversa com os representantes da indústria, Guedes comentou a inclusão na medida da obrigação da contratação de 8 mil MW de termelétricas a gás, mesmo em locais sem o insumo, o que pode onerar a tarifa de energia elétrica.
“Prometemos comprar energia de termelétricas a menos da metade do preço atual. Parece subsídio, mas é uma promessa de comprar pela metade do preço”, afirmou.
Guedes disse ainda ser “perfeitamente cabível” deslocar recursos para revitalização do São Francisco e disse que a medida — que atende pleito do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco — era “politicamente incontornável”.
“Estamos tomando cuidado para não ter choque de custo mesmo em meio a problemas hídricos”, completou. A privatização ocorre em meio à crise hídrica que assola o Brasil. A situação chama anteção pela possibilidade racionamento de energia.
Por volta das 16h desta quarta, as ações ordinárias da Eletrobras recuavam 0,64%, para R$ 46,78. A companhia vale R$ 73,34 bilhões na B3.
Com informações do Estadão Conteúdo.