A Eletrobras (ELET3) informou que iniciou os estudos preliminares para avaliar a possibilidade de integração das operações entre a companhia e a sua subsidiária integral Furnas.
Em fato relevante, a Eletrobras informou que tal medida faz parte da iniciativa de simplificação da estrutura societária e de governança prevista em seu Planejamento Estratégico.
Atualmente, a Eletrobras possui cinco subsidiárias:
- Companhia Hidro Elétrica de São Francisco (Chesf);
- Companhia de Geração e Transmissão de Energia Elétrica do Sul do Brasil (CGT Eletrosul);
- Furnas – Centrais Elétricas (Furnas);
- Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte);
- Eletrobras Participações (Eletropar).
O parque gerador de Furnas conta com 22 usinas hidrelétricas, sendo 10 próprias, 2 em parceria com outras empresas, 9 em regime de participação em Sociedades de Propósito Específico (SPEs) e 1 concessão temporária. Além disso, possui 2 termelétricas e 1 complexo eólico próprios.
Estes empreendimentos somam mais de 18 mil MW de potência instalada, dos quais Furnas detém cerca de 12 mil MW.
Eletrobras: ‘Tempestade política’ faz analistas revisarem tese
Em revisão sobre a sua tese para as ações da Eletrobras, os especialistas do BTG Pactual mantiveram sua recomendação de compra para os papéis da empresa, com preço-alvo de R$ 53.
Apesar disso, a casa destacou os recentes questionamentos da Procuradoria Geral da República (PGR) acerca da privatização da Eletrobras – que foram enviadas formalmente ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“A PGR apresentou seu parecer ao STF – concordando parcialmente com a pretensão do governo federal de inconstitucionalidade – que questiona o teto de 10% dos votos estabelecido durante o processo de privatização da Eletrobras. Já em Junho, o Advogado Geral da União (AGU) Jorge Messias já havia emitido parecer semelhante favorável ao governo, enquanto a PGR opinião era a única pendente”, explica o BTG.
“Nas últimas semanas, as ações da Eletrobras despencou com as notícias relacionadas ao andamento de Angra 3, a saída de seu CEO, e agora, a pressão política acrescida da PGR, que certamente não ajuda. A PGR argumenta que o Governo ‘testemunhou, de mãos atadas, a minoria acionistas limitando seu poder de voto (da União), beneficiando-se exclusivamente e prejudicando exclusivamente o governo’”, segue.
Segundo a casa, a PGR reforça que deter uma participação votante de 42% com a limitação de 10% não é um problema, desde que o governo seja compensado por isso.
O relatório da procuradoria usa o caso da Embraer (EMBR3) como argumento, destacando que no âmbito da sua privatização os maiores acionistas receberam prêmio de 9% para ter a limitação de teto de voto.
“No entanto, esquece-se de mencionar que o processo de privatizações foi amplamente debatido e aprovado pela Câmara dos Deputados, Senado e Tribunal de Contas da União. Os acionistas injetaram R$ 31 bilhões na empresa, que foi usado para pagar o extinção do regime de cotas, reduzir tarifas de energia para consumidores finais e ajudar criar vários fundos regionais nos próximos 10 anos”, analisa o BTG.
“Os investidores participaram do oferta porque deu a oportunidade de investir em uma empresa muito melhor gerida, com grande espaço para crescimento com disciplina de capital e governo limitado (ou qualquer acionista individual) influência. É por isso que o limite de votação de 10% foi crucial para o sucesso da operação”, completa.
Desempenho das ações da Eletrobras
Cotação ELET3