A Eletrobras (ELET3) encerrou nesta quarta-feira (8) o pedido de reserva de ações. A empresa está estimando aproximadamente R$ 53,5 bilhões na demanda total, segundo informações do site Pipeline, do Valor Econômico. A precificação da oferta será anunciada nesta quinta (9).
Mais cedo, conforme informado pelo Estadão, foi noticiado que a demanda por compra de ações com a utilização do FGTS ultrapassou o limite pré-determinado pelo governo, de R$ 6 bilhões, chegando a R$ 7,5 bilhões.
Em caso de demanda maior que o teto, o prospecto da oferta aponta um máximo de R$ 50 mil por trabalhador, de forma que o número de pedidos de reserva consigam ser atendidos completamente, antes da necessidade de um rateio. A demanda intensa vista pelo mercado se deve ao fato de que há possibilidade de uma maior rentabilidade do investimento, já que o FGTS rende 3% ao ano, valor muito abaixo da inflação atual – que já bate 7,89% ao ano, na última medição feita em abril.
A oferta prioritária, oferecida aos atuais acionistas (com exceção do governo, que não vai aderir), está em torno de R$ 5 bilhões. O varejo também vê uma reserva de até R$ 3 bilhões.
Ainda há mais disputa na oferta: investidores institucionais terão que lutar pelas fatias restantes da Eletrobras. O site Pipeline havia informado previamente que entrarão novatos como GIC, SPX e RWC na operação – além de 3G Radar e Banco Clássico. O jornal estima aproximadamente R$ 26 bilhões em reservas para um número de ações da ordem de R$ 6,5 bilhões.
O preço por ação será fixado no dia 9 de junho e o início da negociação das novas ações da Eletrobras está previsto para o dia 10.
A oferta de ações da Eletrobras poderá ter lote suplementar de até 15% das ações da oferta inicial.
O preço estabelecido como referência para a oferta para as ações da Eletrobras é de R$ 44, em 26 de maio — nesta quarta os papéis estavam cotados a R$ 42,14 (ELET3) e R$ 41,63 (ELET6). Dessa forma, a oferta pode envolver montante de R$ 34 bilhões.
Se a Eletrobras conseguir vender todos os papéis previstos, a União e o BNDES pretendem passar de 60% para 32,96% do capital da empresa após oferta. Assim, a elétrica não será mais controlada pelo governo, já que haverá diluição.
Os coordenadores da oferta da Eletrobras serão:
- BTG Pactual (BPAC11) – líder
- Bank Of America (BofA),
- Goldman Sachs,
- Itaú BBA,
- XP Investimentos,
- Bradesco BBI
- Caixa Econômica Federal
- Citi
- Credit Suisse
- JP Morgan
- Morgan Stanley
- Safra
Metade da oferta já está ancorada
De acordo com o jornal Valor Econômico, apesar do momento relativamente fraco do mercado, a Eletrobras não vai encontrar dificuldades de emplacar sua oferta. Isso porque metade da oferta já está ancorada, ou seja, já tem investidores comprometidos a ficar com parte das ações da estatal.
Veja os fundos já comprometidos com a operação:
- GIC, de Cingapura (tem a maior posição no grupo dos âncoras)
- SPX, do Brasil
- Truxt, do Brasil
- Squadra, do Brasil
- Itaú Asset, do Brasil,
- Zimmer, dos EUA
- Gqg Partners, dos EUA
- RWX, britânica
Além disso, os bancos coordenadores têm o compromisso com os investidores que já estão na base acionária da Eletrobras, como as gestoras 3G Radar e o banco Clássico. Para participar do grupo de investidores âncoras, é necessário cheques a partir de R$ 1,5 bilhão.