Efeitos não recorrentes da Eletrobras (ELET3) não apagam upside de 92%, diz BTG

A Eletrobras (ELET3) divulgou, na última sexta-feira (22), seus resultados de 2020. Os diversos efeitos não recorrentes sobre os números não apagam o upside que a empresa tem, segundo o BTG Pactual (BPAC11). No trimestre, o lucro da companhia caiu 44% na compação anualizada.

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Para o BTG, ajustando o resultado da companhia sem os efeitos não recorrentes, como provisões para contingências, provisão para perdas em investimentos e impairments, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Eletrobras seria maior do que o estimado pelo banco de investimento.

O cenário desafiador não muda a expectativa do BTG. A recomendação do banco para as ações preferenciais da companhia (ELET6) é de compra, com preço-alvo de R$ 63. Com base na cotação atual, o upside é de aproximadamente 92,7%.

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Os resultados a princípio negativos, contudo, foram amenizados pelo desempenho da área de transmissão de energia, de acordo com o BTG. Os números do segmento foram beneficiados, principalmente, por conta da revisão tarifa periódica, que se tornou aplicável em julho de 2020. Com isso, as receitas de transmissão aumentaram 75% ano ano.

No panorama atual, entretanto, chama atenção os projetos para a privatização da Eletrobras que correm no Congresso. A Medida Provisória (MP) que prevê a capitalização da companhia recebeu mais de 500 emendas, e os 120 dias de prazo para a aprovação se encerrará no dia 23 de junho.

“Na última semana, o relator da MP anunciou que está trabalhando em uma proposta alternativa para ser submetida ao presidente Bolsonaro e estima 60 dias para finalização do relatório. A proposta alternativa difere completamente da capitalização atualmente em discussão. Acreditamos que qualquer mudanças levaria a atrasos desnecessários”, diz o BTG.

Resultados recorrentes da Eletrobras superam expectativas, diz Ativa

Em relatório divulgado a clientes, a Ativa Investimentos disse que a Eletrobras reportou resultados recorrentes “operacionalmente fortes”, acima das expectativas, mas que o cenário da empresa carrega ressalvas.

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“O resultado recorrente ajustado da companhia aponta o êxito dos processos de otimização que vêm ocorrendo tanto no segmento de geração como em transmissão”, diz a corretora. “Assim, ainda que acreditamos que o nível de provisionamento registrado bem como a indefinição quanto ao andamento da privatização da companhia possam diminuir os impactos positivos dos resultados recorrentes apresentados.”

Como pontos fortes, a Ativa destaca não só a geração de receita no segmento de transmissão mas também em geração. A queda de 4,3% no endividamento bruto, ano contra ano, também é destaque. Por outro lado, o alto número em custos e despesas recorrentes preocupam.

A recomendação da Ativa para as ações ordinárias da companhia é neutra, com preço-alvo de R$ 29, sugerindo um downside. Por volta das 12h35 desta segunda, os papéis da Eletrobras caíam 2,32%, a R$ 32,45.

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Jader Lazarini

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