Banco corta preço-alvo das ações da Eletrobras (ELET3) e mais geradoras; entenda

O BTG Pactual revisou para baixo o preço-alvo de empresas geradoras de energia, como Eletrobras (ELET3), Engie (EGIE3) e AES Brasil (AESB3).

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O preço-alvo para as ações Eletrobras passou de R$ 64 para R$ 53, queda de 17,18%. Já os papéis da Engie, que tinham preço-alvo de R$ 47, tiveram seu valor revisado para R$ 44, o que representa uma baixa de 6,38%.

Já para as ações da AES Brasil, o preço-alvo foi revisado para baixo em 14,28%, saindo de R$ 14 para R$ 12 por ação. Para os papéis da Omega Energia (MEGA3) o valor anterior foi mantido, em R$ 15, enquanto para os da Auren (AURE3) o preço foi de R$ 23 para R$ 17 por ação, um reajuste de -26,08%.

Apesar da revisão nos preços-alvos, a casa manteve suas recomendações de compra para as ações de Eletrobras, Auren e Omega. Para os papéis de Engie e AES a recomendação continua neutra.

O que explica a revisão negativa no preço-alvo das ações da Eletrobras?

Além dos preços atualizados de energia, premissas de GSF (generation scaling factor, sigla que indica a relação entre o volume de energia produzido e a garantia física de cada usina) e resultados do 1T23, o BTG adiou sua premissa de redução de opex, ainda mantendo um corte de custo de PMSO )parcela das despesas que responde pelos itens Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outras despesas) de 60% em 3 anos, mas agora somente a partir do terceiro trimestre de 2023 (3T23).

O banco apontou que, mesmo estando com uma visão mais conservadora, a equipe de analistas enxerga a Eletrobras negociando com uma TIR (Taxa Interna de Retorno) atrativa de 14,7%.

O corte no preço-alvo das ações da Eletrobras vem das preocupações crescentes sobre o risco de interferência política do novo governo, sobretudo depois de sua ação judicial movida no mês passado que alegava que o limite de 10% dos votos violaria os “princípios constitucionais da razoabilidade, da proporcionalidade, da imparcialidade, da moralidade e da eficiência da administração pública”.

O BTG também destacou um ritmo de recuperação mais lento da companhia em relação às expectativas iniciais, considerando os cortes de custos e as negociações de empréstimos compulsórios.

Outra motivação para o reajuste na Eletrobras foi a retomada da discussão referente ao pagamento da RBSE (Rede Básica do Sistema Existente). “Esperamos que a empresa forneça mais detalhes sobre essas iniciativas de corte de custos/responsabilidades em seu Investor Day agendado para 12 de julho”, conclui.

BTG tem visão mais pessimista sobre os preços da energia

A revisão no preço-alvo das ações de companhias geradoras incluiu a visão mais pessimista do BTG Pactual sobre os preços de energia de curto prazo e as expectativas da relação do volume de energia produzido pela garantia física de cada empresa, indicada pelo GSF.

O BTG também aponta que, depois de dois anos de forte hidrologia, os reservatórios voltaram a níveis bastante confortáveis, atualmente em 87,1% da capacidade, nível observado pela última vez em 2011.

Assim, com preços de energia altamente correlacionados com hidrologia e demanda, os preços spot recuaram para as mínimas no final de 2021, continuando praticamente assim até hoje.

“Como não vemos sinais significativos de retomada da demanda no curto prazo e os reservatórios ainda estão em níveis bastante confortáveis, acreditamos que os preços da energia continuarão pressionados, salvo um evento isolado na próxima estação chuvosa”, destaca o banco em relatório.

O BTG também cortou suas premissas sobre o preço de energia convencional para R$ 70/MWh para 2023, R$ 100/MWh para o próximo ano e R$ 130/MWh para 2025.

Considerando as expectativas para 2026 em diante, a premissa foi mantida em R$ 150/MWh, apesar do excesso estrutural de energia em razão da incerteza de longo prazo sobre a hidrologia e do alto custo marginal de expansão.

Assim, os preços-alvos da Eletrobras e de outras empresas do setor foram revisados após a consideração dos resultados do primeiro trimestre de 2023 (1T23) e das novas premissas de preço de energia e da GSF.

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João Vitor Jacintho

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