Eletrobras (ELET3) e Copel (CPLE6): entenda acordo
A Eletrobras (ELET3) e a Copel (CPLE6) anunciaram uma troca de ativos que envolve usinas hidrelétricas e concessões de transmissão, em um movimento que promete simplificar estruturas acionárias e desbloquear novas sinergias operacionais.
Sob o acordo, a Copel assumirá o controle total da UHE Mauá e da concessão de transmissão Mata Santa Genebra (MSG), enquanto a Eletrobras ficará com a UHE Colíder e receberá um adicional de R$ 365 milhões em dinheiro.
Segundo avaliação da XP Investimentos, a transação representa um passo positivo para ambas as companhias, permitindo maior controle sobre os ativos envolvidos e fortalecendo suas operações em áreas estratégicas.
Detalhes do acordo e ativos envolvidos
A transação inclui três ativos principais:
- UHE Colíder:
- Capacidade instalada: 300 MW
- Garantia física: 178 MW
- Contratos de ACR: 70% da energia vendida a R$ 234/MWh até dezembro de 2044
- Localização: Mato Grosso, com potencial de benefícios fiscais via SUDAM
- Concessão válida até janeiro de 2046
- UHE Mauá:
- Capacidade instalada: 361 MW
- Garantia física: 189 MW
- Contratos de ACR: 100% da energia vendida a R$ 307/MWh até dezembro de 2040
- Localização: Paraná, área de concessão da Copel, com sinergias operacionais potenciais
- Concessão válida até junho de 2049
- Concessão de Transmissão Mata Santa Genebra (MSG):
- Receita Anual Permitida (RAP): R$ 321 milhões (ciclo 24-25)
- Extensão: 887 km de linhas de transmissão nos estados do Paraná e São Paulo
- Concessão válida até maio de 2044
A troca de ativos traz uma série de vantagens estratégicas e operacionais, segundo a XP:
- Simplificação da estrutura acionária: Com o controle integral dos ativos envolvidos, ambas as empresas fortalecem sua governança corporativa e centralizam as decisões.
- Desbloqueio de sinergias: Copel e Eletrobras já operam outros ativos nas regiões envolvidas, o que pode gerar eficiência operacional e redução de custos.
- Benefícios fiscais:
- A Copel pretende aproveitar R$ 170 milhões em créditos fiscais acumulados na UHE Colíder, disponíveis apenas até o fim da concessão.
- A Eletrobras pode se beneficiar de incentivos fiscais futuros via SUDAM para a UHE Colíder.
A transação ainda depende de aprovação regulatória pela Aneel e pelo Cade, com o fechamento esperado para o primeiro semestre de 2025.
Impacto financeiro e projeções
Para a Copel, a XP calcula um valor presente líquido (VPL) positivo de aproximadamente R$ 215 milhões, considerando os benefícios fiscais e operacionais. Já a Eletrobras, com diversos ativos na mesma região da UHE Colíder, deve obter sinergias significativas no médio e longo prazo.
A XP mantém recomendação de compra tanto para as ações da Eletrobras quanto para as ações da Copel. O preço-alvo é de R$ 50 para a ELET3, R$ 54 para a ELET6 e R$ 13,80 para a CPLE6.
Por volta das 15h30 desta sexta-feira (13), a Eletrobras subia 0,48% no Ibovespa, com as ações ELET3 cotadas a R$ 35,86. Já a Copel subia 0,54%, com as ações CPLE6 negociadas a R$ 9,25.