Eletrobras (ELET3) e Copel (CPLE6): entenda acordo

A Eletrobras (ELET3) e a Copel (CPLE6) anunciaram uma troca de ativos que envolve usinas hidrelétricas e concessões de transmissão, em um movimento que promete simplificar estruturas acionárias e desbloquear novas sinergias operacionais.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Sob o acordo, a Copel assumirá o controle total da UHE Mauá e da concessão de transmissão Mata Santa Genebra (MSG), enquanto a Eletrobras ficará com a UHE Colíder e receberá um adicional de R$ 365 milhões em dinheiro.

Segundo avaliação da XP Investimentos, a transação representa um passo positivo para ambas as companhias, permitindo maior controle sobre os ativos envolvidos e fortalecendo suas operações em áreas estratégicas.

Detalhes do acordo e ativos envolvidos

A transação inclui três ativos principais:

  1. UHE Colíder:
    • Capacidade instalada: 300 MW
    • Garantia física: 178 MW
    • Contratos de ACR: 70% da energia vendida a R$ 234/MWh até dezembro de 2044
    • Localização: Mato Grosso, com potencial de benefícios fiscais via SUDAM
    • Concessão válida até janeiro de 2046
  2. UHE Mauá:
    • Capacidade instalada: 361 MW
    • Garantia física: 189 MW
    • Contratos de ACR: 100% da energia vendida a R$ 307/MWh até dezembro de 2040
    • Localização: Paraná, área de concessão da Copel, com sinergias operacionais potenciais
    • Concessão válida até junho de 2049
  3. Concessão de Transmissão Mata Santa Genebra (MSG):
    • Receita Anual Permitida (RAP): R$ 321 milhões (ciclo 24-25)
    • Extensão: 887 km de linhas de transmissão nos estados do Paraná e São Paulo
    • Concessão válida até maio de 2044

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop.jpg

A troca de ativos traz uma série de vantagens estratégicas e operacionais, segundo a XP:

  • Simplificação da estrutura acionária: Com o controle integral dos ativos envolvidos, ambas as empresas fortalecem sua governança corporativa e centralizam as decisões.
  • Desbloqueio de sinergias: Copel e Eletrobras já operam outros ativos nas regiões envolvidas, o que pode gerar eficiência operacional e redução de custos.
  • Benefícios fiscais:
    • A Copel pretende aproveitar R$ 170 milhões em créditos fiscais acumulados na UHE Colíder, disponíveis apenas até o fim da concessão.
    • A Eletrobras pode se beneficiar de incentivos fiscais futuros via SUDAM para a UHE Colíder.

A transação ainda depende de aprovação regulatória pela Aneel e pelo Cade, com o fechamento esperado para o primeiro semestre de 2025.

Impacto financeiro e projeções

Para a Copel, a XP calcula um valor presente líquido (VPL) positivo de aproximadamente R$ 215 milhões, considerando os benefícios fiscais e operacionais. Já a Eletrobras, com diversos ativos na mesma região da UHE Colíder, deve obter sinergias significativas no médio e longo prazo.

A XP mantém recomendação de compra tanto para as ações da Eletrobras quanto para as ações da Copel. O preço-alvo é de R$ 50 para a ELET3, R$ 54 para a ELET6 e R$ 13,80 para a CPLE6.

Por volta das 15h30 desta sexta-feira (13), a Eletrobras subia 0,48% no Ibovespa, com as ações ELET3 cotadas a R$ 35,86. Já a Copel subia 0,54%, com as ações CPLE6 negociadas a R$ 9,25.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Guilherme Serrano

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno