A Eletrobras (ELET3) e outras três subsidiárias podem captar até R$ 6 bilhões com ofertas de debêntures programadas para abril.
A maioria das operações deve ser da Eletrobras. A companhia inicia nesta semana uma série de apresentações a investidores antes de emitir R$ 3,5 bilhões em títulos corporativos.
Com o dinheiro, a Eletrobras deve realizar ou reembolsar investimentos e fazer a festão de passivos, e espera que a oferta seja concluída até o dia 19 de abril.
Os títulos serão emitidos em duas séries, com vencimento em cinco e sete anos. A Eletrobras quer pagar, no máximo, o equivalente a DI+0,85% ao ano na série mais curta e DI+1% na série mais longa. A taxa final será definida no dia 17 de abril.
Nos últimos dias, a Eletronorte, a Eletrosul e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) – subsidiárias da Eletrobras – também registraram ofertas envolvendo títulos de dívida.
A Eletronorte vai emitir R$ 1 bilhão e a Eletrosul R$ 500 milhões em debêntures incentivadas. Em ambas as ofertas, os títulos terão vencimento em sete anos e a remuneração máxima pretendida é o equivalente a NTNB30+0,20% ao ano ou 5,70% ao ano.
Já a Chesf busca R$ 1 bilhão com debêntures corporativas que vencem em 2029. A taxa dos títulos deve ser, no máximo, equivalente a DI com spread de 0,85% ao ano.
Impasse entre governo e Eletrobras (ELET3) pode prejudicar renovação da concessão de Angra 1
Membros da ala privada da Eletrobras não aprovaram o plano de investimentos de Angra 1, estimado em cerca de R$ 880 milhões. A incerteza pode prejudicar a renovação da concessão da usina nuclear de Angra dos Reis no conselho de administração da empresa. O prazo de revalidação acaba em dezembro deste ano, conforme a empresa.
O Supremo Tribunal Federal (STF) vai definir o peso do voto do governo na Eletrobras. Isso porque o governo tem 43% das ações, mas vota como se fosse dono de apenas 10% dos papéis da ex-estatal.
Na ação judicial, o governo pediu para ter voto proporcional às ações que detém. O relator do caso no STF é o ministro Kassio Nunes Marques, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. As informações foram publicadas na coluna Radar Econômico, da Veja.
Entenda o impasse entre o governo e a Eletrobras (ELET3)
O primeiro desentendimento entre o governo e a Eletrobras ocorreu ano passado devido ao número de cadeiras do governo no conselho de administração da empresa. Agora, a controvérsia está centrada na usina nuclear de Angra 1, que está chegando ao fim de sua vida útil em dezembro de 2024.
O pedido oficial de prorrogação de sua operação por mais 20 anos já foi encaminhado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o órgão regulador do setor.
Entretanto, para que isso seja viável, será necessário implementar um programa de “retrofit” (modernização) da usina, visando garantir sua eficiência e segurança operacional ao longo das próximas duas décadas.
Estima-se que serão necessários investimentos entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões para cumprir tais exigências. Por causa desse dinheiro, surge o desacordo. O governo pretende dividir os custos desse aporte com a Eletrobras, mas a empresa está resistindo a essa proposta. Sem uma resolução sobre esse investimento, a obtenção da nova licença fica em impasse, colocando em risco a operação contínua da usina de Angra 1 a partir de dezembro. Inaugurada em 1985, ela contribui com 640 megawatts (MW) de potência para o sistema interligado nacional.
Desempenho das ações da Eletrobras
Cotação ELET3