A Eletrobras (ELET3) lucrou, de forma líquida, R$ 1,61 bilhão no primeiro trimestre de 2021, número 31% maior do que o lucro líquido de R$ 1,23 bilhão registrado no mesmo período do ano passado.
“O lucro do primeiro trimestre foi impactado positivamente pelos resultados em transmissão, em decorrência da Revisão Tarifária Periódica com efeitos a partir de julho de 2020, e negativamente pelas provisões para contingências de R$ 932 milhões”, explica a Eletrobras no documento publicado no fim da noite desta quarta-feira (12).
A receita líquida operacional da companhia de energia saltou de R$ 7,6 bilhões nos três primeiros meses de 2020 para R$ 8,2 bilhões no mesmo intervalo de 2021, alta de 8%.
O crescimento da receita, como já mencionado, foi impulsionado apenas pelo setor de transmissão, com o reajuste de tarifas, uma vez que o braço de geração de energia elétrica registrou queda no faturamento: a Eletronorte viu sua receita de vendas cair 27% e Furnas foi impactada pela menor quantidade negociada no ambiente de contratação livre (de 2.581 GWh no primeiro trimestre de 2020 para 2.319 GWh).
Eletrobras vê custos caírem na base anual
Ao mesmo tempo, a Eletrobras conseguiu reduzir seus custos e despesas operacionais de R$ 4,37 bilhões no primeiro trimestre de 2020 para R$ 4,15 bilhões neste ano, com destaque para os menores gastos de energia para revenda (principalmente em Furnas e na Chesf), que diminuíram 23%, ficando em R$ 499 milhões, e para os menores gastos com construção.
Os gastos com pessoal, material e serviços também recuaram, com queda de 1,8%, ficando em R$ 1,93 bilhão, com destaque para os dois últimos da lista, que diminuíram, respectivamente, 41% e 19% na base anual.
Com isso, a Eletrobras registrou um Ebitda recorrente (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 4,9 bilhões, crescendo 30% na base anual, e com uma margem Ebitda de 60%, ante 50% entre janeiro e março de 2020.
O Ebitda não recorrente ficou em R$ 3,8 bilhões, crescendo menos, cerca de 11% – a diferença entre o não recorrente e o recorrente se explica por uma provisão de R$ 1,1 bilhão, sendo R$ 450 milhões relativos a um processo judicial e outros R$ 360 para contingências na Chesf.
As baixas com depreciação e amortização ficaram em R$ 458 milhões, ante R$ 469 milhões no primeiro trimestre de 2020. Já o resultado financeiro negativo caiu 40% na base anual, de R$ 900 milhões para R$ 540 milhões – com destaque para os menores encargos da dívida, que recuaram 53%, saindo de R$ 1,03 bilhão para R$ 439 milhões.
A Eletrobras fecha o primeiro trimestre de 2021 com uma dívida líquida de R$ 20,5 bilhões, queda de 2% na base anual, e um múltiplo de alavancagem, medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda (DL/Ebitda) de 1,4, ante 1,6 no mesmo período de 2020.