O presidente da Eletrobras (ELET3), Wilson Ferreira Júnior, afirmou nesta quarta-feira (5) que o processo de capitalização da companhia estatal deve ser retomado no Congresso Nacional ainda neste segundo semestre.
Mesmo com a crise econômica provocada pela epidemia de covid-19 no Brasil, o executivo prevê que a capitalização da Eletrobras deve acontecer no primeiro semestre de 2021.
“A expectativa (do debate no Congresso) era no primeiro semestre mas não foi possível pela pandemia e nós imaginamos que possa ser retomado no segundo semestre nas duas casas. E se aprovar, no começo do ano que vem somos capazes de fazer aumento de capital”, declarou Ferreira Júnior, durante webinar organizado pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham).
Para o CEO, fazer da estatal uma corporação consiste no melhor caminho para manter o poder de investimenot da companhia e atrair investimentos. Nesse sentido, o executivo citou empresas como Engie (EGIE3) e Enel como exemplo de corporações bem sucedidas que expandem seus negócios pelo mundo.“É isso que queremos fazer com a Eletrobras”, destacou.
O processo de capitalização da empresa consistirá na venda de ações para investidores na bolsa de valores, com limite máximo de 10% de participação. O Estado, que planeja abrir mão do controle da companhia e reduzir sua participação para 49% do capital, não participará da oferta.
Infraestrutura é o melhor caminho para se recuperar de crises, diz CEO da Eletrobras
Para Ferreira Júnior, a infraestrutura é o maior atrativo para investimentos e o Brasil possui todos os elementos para sair da crise com mais força.
O executivo ressaltou que o melhor caminho para recuperar o tempo perdido é atrair capital. Todavia, nos últimos 15 anos, o País tem investido apenas 2% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura. Em contrapartida, países vizinhos mantém aportes de 4% do PIB destinados ao setor.
“A receita é simples para atrair investimentos: marco legal estável e processo de fiscalização transparente, e isso tem que ser estendido a toda infraestrutura brasileira”, salientou o CEO da Eletrobras.”O que não fizemos ao longo dos últimos 15 anos podemos fazer agora, são esses processos que mobilizam capital nacional e internacional”, acrescentou o executivo.