Eletrobras (ELET3): BofA mantém otimismo com privatização, mas corta preço-alvo; entenda
Foi aprovada nesta semana a primeira etapa da privatização da Eletrobras (ELET3) pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O movimento aumentou o otimismo dos analistas com a estatal, cujas ações subiram cerca de 5% na semana.
Apesar disso, o Bank of America (BofA) cortou o preço-alvo dos papéis da Eletrobras para R$ 53, ante R$ 55 anteriores. O banco revisou a projeção de Ebitda da companhia, que deve ser 13% menor de 2022 a 2025.
“Tomamos essa tese com as provisões mais altas (empréstimos compulsórios) mais do que compensaram as tendências operacionais melhores do que o esperado. Como resultado, reduzimos nossa preço alvo para R$ 53″, explica o relatório mais recente do banco, assinado pelo analista Arthur Pereira.
A privatização da Eletrobras, contudo, segue como um ponto positivo, com a incorporação dos resultados recentes (incluindo R$ 9 bilhões de provisões registradas no 3T21), tendo impacto no próximo ano.
Ainda assim, os analistas veem alguma influência de risco associado às perspectivas hídricas e novas estimativas macro – mas mantêm previsão favorável para as ações da Eletrobras.
“Agora, cabe ao TCU analisar a 2ª e última fase (avaliação da Eletrobras e reestruturação societária). Os próximos passos do TCU devem ser a elaboração de um relatório do corpo técnico do TCU sobre preço mínimo e reestruturação societária, a análise do próprio MPTCU e um novo parecer do relator acerca do relatório, sucedido por nova votação do TCU (em meados de março)”, diz o BofA.
Os analistas lembram o cronograma da companhia:
- Uma Assembleia Geral Extraordinária para votação da oferta – 22 de fevereiro
- Resultados do 4T21 – 14 de março
- Assembleia Geral Ordinária – 18 de abril
- Apresentação do Formulário 20 -F 19 de abril
- Oferta de ações
Goldman Sachs vê privatização como positiva, mas preço-alvo é menor
O Goldman Sachs diz em relatório, mesmo sem a certeza sobre o sucesso do processo de privatização da Eletrobras, que cenário um de capitalização bem-sucedido poderia gerar valor significativo para a elétrica.
Assim, o banco manteve a recomendação de compra das ações ordinárias (ELET3) ao preço-alvo de R$ 48 até o final de 2022, representado uma valorização potencial de 36,5%. Para as ações preferenciais classe B (ELET6), o preço-alvo foi definido em R$ 53, valorização de 53,2%.
O governo aposta que a oferta de capitalização ocorrerá no primeiro semestre do ano.
“Observamos que 2022 é ano eleitoral no Brasil, o que pode trazer volatilidade aos mercados e potencialmente aumentar a complexidade para a realização de uma oferta potencial tão grande”, diz o Goldman Sachs sobre a Eletrobras.